segunda-feira, 30 de março de 2009
Ontem foi dia de espetáculo
sexta-feira, 27 de março de 2009
Desilusão
quinta-feira, 26 de março de 2009
Oportunidade
- Bem-vindo, a casa é sua. Repare a simplicidade, não: o blog é humilde, mas honesto. Adquiri a escritura há coisa de uns dois anos. Aqui no Ostracismo é muito tranqüilo, quase não tem movimento no bairro, pouco barulho durante o dia e menos ainda durante a noite. Silêncio demais às vezes chega a ser desconfortável, mas se você não for dos que se incomodam com isso... Como já deve ter notado, não tenho muitas condições de bancar um projeto de decoração. Sim, infelizmente tenho que concordar que o papel de parede está um pouco gasto, talvez demodê. Mas o acesso aos links está funcionando; a maioria está desentupida, só um ou outro carece reparo. Sempre quis fazer uma reforma, mas falta tempo. Ah, verdade; estou certo de que uma nova tintura, pinturas e fotos nas paredes e móveis sem serifas darão um sopro de cor e vida à construção, mas isso é algo que a gente tira de letra... A despeito dessas considerações, há espaço de sobra, confira. Pode percorrer a casa toda, há caixas de comentários vazias em quase todos os aposentos: dá pra guardar muita coisa. E o custo de armários planejados hoje em dia é exorbitante, não? Falando em valores, que tal lhe parece o negócio? Financio e aceito o seu na troca. Cá entre nós: na minha modesta opinião, esta é uma excelente oportunidade para se investir. Se você aprecia um retiro para meditação, se prefere locais ermos e solitários à agitação e balbúrdia dos blogs populares, se o que busca é isolamento, tenho certeza de que aqui é a sua cara. Perdão, sua casa.
A César...
No Brazil, é assim. A renda da classe média tem imposto, a dos ricos tem impostura.
Ouvi que os donos da Daslu receberam novamente ordem de prisão por algum tipo de fraude tributária, desdobramento possível daquele antigo rolo com importações.
E mal consigo disfarçar uma pequena surpresa com o episódio Deconstructing Camargo Correa. Justamente por parecer que estão mesmo tendo o atrevimento de mexer na lisura da talvez mais cara e sagrada instituição da história republicana deste país – as empreiteiras. Desconfio, no entanto, pela opulência e solidez da turma, que essa história toda signifique a eles somente o desgosto de uma reles fissurinha.
Bom ver o país funcionando, né? Armando o laço em torno dos colarinhos brancos. Quando a fome ronca na barriga do erário, o governo é democrático, competente e veloz.
Ainda que, no fim, o dinheiro apenas troque de mãos erradas.
terça-feira, 24 de março de 2009
A memória dá voltas
No império
segunda-feira, 23 de março de 2009
Toques rápidos
Eu sabia
sexta-feira, 20 de março de 2009
Hoje vou assim
Instintos
quarta-feira, 18 de março de 2009
À torpeza
O desafio que se apresenta a cada qual, na jornada do fim inevitável, é a forma do itinerário; certas vezes, estrada retilínea; outras, trilha sinuosa daquilo que convencionam chamar sabedoria - essa espécie de mapa do tesouro para se viver, caramba, bem e dignamente, ao longo do passeio.
Ainda que aceitemos que todo homem seja livre e senhor de suas escolhas nas encruzilhadas entre o que se entende como "certo" e o que se entende como "errado", não procede a suspeita de que somos cativos de nossa própria natureza, essa bússola interna cujas orientações ora obedecemos, ora transgredimos?
O que me pergunto é como saber o melhor caminho a tomar quando o jardim se bifurca.
Pois, se usassem de perfídias e mesquinharias com você ou alguém de suas mais caras relações - sua mãe, seu irmão, seu filho, seu amigo -, o que você faria? Mexer com quem você ama é mexer com você? Quando a retaliação se traveste de justiça?
À procura de direção, cabe farejar gente que deixou rastro no pensamento. Sagan, num ensaio a respeito de códigos morais, As regras do jogo, resumiu filosofias distintas numa tábula de cinco regras, em critério de valor segundo suas denominações.
Regra de Ferro: Faz aos outros o que quiseres, antes que te façam o mesmo.
Regra de Bronze: Faz aos outros o que te fazem.
Regra de Prata: Não faças aos outros o que não desejas que te façam.
Regra de Ouro: Faz aos outros o que desejas que te façam.
Razoável com algumas, crítico a todas, o cientista não se fiou por nenhuma. Preferia aquela a que chamou de "Tit-for-Tat".
Coopere com os outros primeiro; depois, faz aos outros o que te fazem.
Fico querendo concordar. Falemos com a franqueza que antecede o tiro da primeira pedra: a Regra de Ouro, sagrada em nossa educação ocidental cristã, por inúmeras e complexas razões, é quase uma utopia em seus esquadros. Difícil física, espiritual e cotidianamente de se sujeitar. A realidade é mais complexa do que a sua beleza pode permitir. E porque a "Tit-for-Tat" perfaz a interseção entre a predisposição da boa vontade com a prática do perdão, sem, contudo, as ciladas da ingenuidade.
Me pergunto: até que ponto vale ser tolerante com quem não quer o meu bem?
Mas, ai; tudo às vezes é tão simples. E, também, tão complicado.
Reza a esperança de que o envenenador que falha fortalece a vítima contra o fel. E, se a leviandade ocorre sem maiores conseqüencias, ele acaba fazendo mais mal é a si mesmo.
Ainda assim, no fundo, o que dá raiva é a impunidade. Sair ileso.
Vamos em frente. Como o poeta, o que eu quero mesmo é seguir com o coração passarinho.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Pra você ficar rico
Embora, à primeira vista, hoje o blog parece ter se dedicado exclusivamente a pequenas bobagens e amenidades inúteis, quero presentear a todos com uma idéia absolutamente magnífica, verdadeira cornucópia, que, se bem executada e produzida como a vejo, trará a seu empreendedor os folguedos da fortuna e os louros da glória.
Na verdade, é muito simples. Basta que ouse ser diretor ou produtor de cinema.
Imaginei um filme oficial, mas produzido como se fosse pirata. Gravado dentro de um cinema quase vazio, com a câmara tentando não ficar tremida. No início do nosso filme, você vê, em primeiro, segundo e terceiro plano, uma ou outra pessoa se sentando, pedindo licença. Um pigarreia, um velho gordo senta à esquerda (ufa, não ficou na frente da câmera), ali se sentou uma mulher, fulano sinaliza posição pra alguém que se atrasou comprando pipocas.
No último plano, projeta-se a película no telão do cinema – cujo título é o do nosso filme.
No entanto, aquela mulher, à qual você detivera o olhar na silhueta, acaba de ganhar a companhia de um sujeito. Ela gira e encara o homem, que estaca alguns segundos diante dela - como se já se conhecessem – mas é o tempo necessário para a platéia pedir ao homem que se assente. O homem assim procede e passa o braço por trás da cadeira da referida mulher. Você volta a prestar atenção ao filme. Depois de um minuto e meio, a cabeça da mulher tomba de repente para o lado; em seguida, num movimento súbito, verte para trás, inerte, como se seu olhar estivesse fixo no teto escuro da sala. O homem se levanta rapidamente para sair. Nesse instante, você julga ver o reflexo de um objeto metálico sendo guardado no bolso do paletó. O filme no telão prossegue e acaba. Antes do cara guardar a câmera na mochila, você ouve o burburinho dos espectadores e alguns gritos. E, nos outros filmes pirateados pelo mesmo cinegrafista, o misterioso assassino é presença garantida e continua fazendo novas vítimas.
Pronto, Hitchcock. Pode se preparar pro tilintar da máquina registradora.
Mas, no auge do sucesso, não se esqueça da colaboração inestimável do Boêmios no Divã e que “muito obrigado” não é quid pro quo.
Meu bloco é esse aí
Eu quero muito mais
Que o som da marcha lenta
Eu quero um novo balancê
E o bloco do prazer
Que a multidão comenta
Não quero oito e nem oitenta
Eu quero o bloco do prazer
E quem não vai querer?
Mamã mamãe eu quero sim
Quero ser mandarim
Cheirando gasolina
Na fina flor do meu jardim
Assim como carmim
Da boca das meninas
Que a vida arrasa e contamina
O gás que embala o balancê
Vem meu amor feito louca
Que a vida tá curta
E eu quero muito mais
Mais que essa dor que arrebenta
A paixão violenta
Oitenta carnavais
Cogumelos luminosos
Acabei de ler aqui uma matéria sobre a descoberta de cogumelos bioluminescentes, na Amazônia.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Meg, a leoa
Homem brinca com leoa em rio na África do Sul
Para muitos, uma insanidade. Para Kevin Richardson, um prazer. O zoológo costuma se refrescar em um rio na África do Sul ao lado de uma leoa - a Meg. Os dois são bons amigos, garante Kevin.
Estudioso do comportamento animal, ele brinca e interage com um dos animais mais temidos do planeta. Kevin costuma ser visto brincando, nadando e dormindo com vários animais no parque de Magaliesburg. Meg, com seus 185 quilos, é a preferida.
"As pessoas ficam maravilhadas com o fato de ela não me reduzir a pedacinhos com as suas garras", contou o zoólogo ao "Daily Mail".
O Terror de espinhas
quarta-feira, 11 de março de 2009
Coloque o sabão, feche a tampa e relaxe
Lacônico
terça-feira, 10 de março de 2009
Tirou fino
segunda-feira, 9 de março de 2009
Vida em família
sábado, 7 de março de 2009
sexta-feira, 6 de março de 2009
Quem julga os juízes?
Ó vós, homens sem sol, que vos dizeis os Puros
E em cujos olhos queima um lento fogo frio
Vós de nervos de nylon e de músculos duros
Capazes de não rir durante anos a fio.
Ó vós, homens sem sal, em cujos corpos tensos
Corre um sangue incolor, da cor alva dos lírios
Vós que almejais na carne o estigma dos martírios
E desejais ser fuzilados sem o lenço.
Ó vós, homens iluminados a néon
Seres extraordinariamente rarefeitos
Vós que vos bem-amais e vos julgais perfeitos
E vos ciliciais à idéia do que é bom.
Ó vós, a quem os bons amam chamar de os Puros
E vos julgais os portadores da verdade
Quando nada mais sois, à luz da realidade,
Que os súcubos dos sentimentos mais escuros.
Ó vós que só viveis nos vórtices da morte
E vos enclausurais no instinto que vos ceva
Vós que vedes na luz o antônimo da treva
E acreditais que o amor é o túmulo do forte.
Ó vós que pedis pouco à vida que dá muito
E erigis a esperança em bandeira aguerrida
Sem saber que a esperança é um simples dom da vida
E tanto mais porque é um dom público e gratuito.
Ó vós que vos negais à escuridão dos bares
Onde o homem que ama oculta o seu segredo
Vós que viveis a mastigar os maxilares
E temeis a mulher e a noite, e dormis cedo.
Ó vós, os curiais; ó vós, os ressentidos
Que tudo equacionais em termos de conflito
E não sabeis pedir sem ter recurso ao grito
E não sabeis vencer se não houver vencidos.
Ó vós que vos comprais com a esmola feita aos pobres
Que vos dão Deus de graça em troca de alguns restos
E maiusculizais os sentimentos nobres
E gostais de dizer que sois homens honestos.
Ó vós, falsos Catões, chichisbéus de mulheres
Que só articulais para emitir conceitos
E pensais que o credor tem todos os direitos
E o pobre devedor tem todos os deveres.
Ó vós que desprezais a mulher e o poeta
Em nome de vossa vã sabedoria
Vós que tudo comeis mas viveis de dieta
E achais que o bem do alheio é a melhor iguaria.
Ó vós, homens da sigla; ó vós, homens da cifra
Falsos chimangos, calabares, sinecuros
Tende cuidado porque a Esfinge vos decifra...
E eis que é chegada a vez dos verdadeiros puros.
quinta-feira, 5 de março de 2009
quarta-feira, 4 de março de 2009
Música e Quadrinhos
Lula, Collor, Ideli, Renan, Sarney...
Por 13 votos a 10, o senador Fernando Collor (PTB-AL) foi eleito presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado na disputa com a senadora Ideli Salvatti (PT-SC). O novo líder da bancada do PMDB, Renan Calheiros (AL), que em 2007 renunciou à presidência da Casa para escapar da cassação, se empenhou pessoalmente nos últimos dias para garantir a eleição de Collor .
Para derrotar Ideli, Renan designou para a comissão sua mais fiel tropa de choque - os senadores Wellington Salgado (MG), Gilvam Borges (SE) e Almeida Lima (SE) - em substituição a nomes de peso do partido, como Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO), que haviam lhe comunicado a intenção de votar na candidata do PT. Leia mais em Collor é eleito presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado
(Comentário meu: Real política é assim. Collor e Renan foram aliados quando Collor governou Alagoas e depois se elegeu presidente da República. Renan acabou promovido a líder do governo na Câmara. Mais tarde resolveu disputar o governo de Alagoas. Aí Collor preferiu apoiar outro candidato. Uma vez derrotado, Renan rompeu com Collor e denunciou-o como corrupto. Ajudou a derrubá-lo.
Collor havia sido eleito em oposição ao então presidente da República José Sarney. Durante a campanha eleitoral, alvejou-o com os mais pesados insultos.
Como líder do PT no Senado, obedecendo a ordens de Lula, Ideli foi da tropa de choque que salvou Renan duas vezes no ano passado de ser cassado por ter usado um lobista de empreiteira para pagar despesas de uma ex-amante. Renan foi obrigado a renunciar à presidência do Senado, mas preservou o mandato.
O meio que Renan encontrou para voltar a ser influente no Senado foi eleger Sarney presidente da Casa pela terceira vez. Convenceu Collor a votar em Sarney contra Tião Viana (PT-AC), candidato do PT e naturalmente de Ideli. Lula, como sempre, fez jogo duplo: preferia Tião, foi enganado por Sarney que negou três vezes que seria candidato, por fim engoliu a seco a eleição de Sarney.)
Resistir, insistir, persistir
terça-feira, 3 de março de 2009
Alalaô
Sonho de uma tarde de verão
segunda-feira, 2 de março de 2009
Arte de JK
Demos uma passadinha ontem na mostra modernista no Palácio das Artes, uma seleção de obras a partir da Semana de Arte Moderna até os anos de Juscelino Kubitschek. Legal inferir que, nas filas das galerias, perfilava-se gente de todo tipo e de classes econômicas diferentes - se meu olhar preconceituoso não me engana. Eu achava que esse era um programa de gosto apenas das elites. Não é - povo gosta de ver arte também, de levar os filhos para ver, mesmo que (como eu), talvez não saiba ou entenda muito lá dessas coisas.