terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pipocas

Honestamente: acho que, pouco a pouco, cresce o nível de consciência das pessoas. Sobre um monte de aspectos no que tange ao atual estado de coisas. O papel dos governantes, as operações do sistema financeiro mundial, a atuação das corporações, os dilemas da questão ambiental e energética, a cupidez das superelites transnacionais, a vassalagem de políticos nacionais a países estrangeiros e multinacionais, o caráter basal da mídia/educação/cultura no processo de manipulação de massas e manutenção do status quo... enfim.

Gradativamente, em fogo brando, parece surgir, ao redor do mundo, a noção de como as coisas realmente são e funcionam. De parte a parte, e em partes, tenho impressão de que o cidadão começa a despertar de um longo sono.

Bom, claro que essa é uma perspectiva otimista. Mas também se espera reação e recrudescimento. Ninguém que está com o burro na sombra há tantas décadas vai querer largar o osso de mão beijada. Haverá choro e ranger de dentes.

Mas, pra mim, a grande batalha para tornar essa existência um pouco melhor para a maior parte das pessoas é no campo das ideias. No xadrez da comunicação. Esse é o busílis.

Por isso vejo com esperança o fato de a consciência do homem comum, o homem de bem, aquele que ainda se indigna, aflorar. Ainda que seja devagar, ainda que leve tempo. À medida que a panela esquenta, somos cada vez menos milho e cada vez mais pipoca.

Ou como diz aquela frase das manifestações na Porta do Sol, em Madri, ao que tudo indica inspirada no best-seller de 32 páginas Indignez-vouz!, de Stéphane Hessel:

"Não somos anti-sistema. O sistema que é anti-nós".


Sobre Hessel: http://pt.wikipedia.org/wiki/St%C3%A9phane_Hessel

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