quarta-feira, 30 de junho de 2010

O tal sinal digital

Pra quem gosta, é uma beleza. Digo, ver futebol com o sinal digital. A imagem é superior a tudo o que já experimentei. Você assiste como se estivesse no estádio e o tempo das dúvidas e lances polêmicos acabou, tamanha a nitidez visual. A definição é ainda melhor do que a transmissão de tv a cabo. Menino, uma beleza. Porém...

Ai, porém. Sei lá se é por ser um sistema neófito, verde, em amadurecimento pelo uso, mas o sinal digital é absolutamente imprevisível. Pouco a pouco, vamos nos resignando aos seus caprichos.

Por exemplo, uma ou outra emissora de tv aberta desaparece e fica fora do ar por dias. Num domingo, de repente, regressa; só para na manhã seguinte sumir outra vez sem deixar vestígios ou notícias de que algum dia retornará.

Sim, já tentei mudar a posição da ultra-mega-maxi-moderna antena, trocá-la de lugar para quem sabe encontrar o ponto mágico invisível onde converge todo o éter eletromagnético digital do universo, mas o resultado da aventura quase sempre é arriscado, várias vezes o canal perdido continua sumido e os que estavam funcionando bem já deram de embirrar e desaparecer. Donde se conclui: o mafuá deve ser mais na emissão do sinal e menos na recepção lá de casa.

Recordo um dia terrível. Quando acompanhava o final do Paulista entre Santos e Santo André, faltando 15m para o jogo findar, todas as emissoras saíram do ar. Essa não. E se for assim durante a Copa, Meg? Hein? Me diga, o que você vai fazer a respeito?

Bem. Chegamos à Copa e, até agora, o sinal digital não nos deixou na mão. Saiu-se bem, performance quase incólume, salvo alguns pequenos aborrecimentos. Por exemplo: na primeira partida da Seleção, não, mas, nestes últimos dias de jogos, já nos deparamos com nova artimanha do diabólico sinal. De tantos em tantos segundos, imagem e som dão uma pequena travadinha, um gap, uma intermitência, ou seja: a transmissão digital lá de casa anda sofrendo de soluço. Cogitei pregar uns sustos na eletroparafernália ("Troco você por uma tv de tubo!" ou "Que bonitinha essa antena com tufos de Bombril"), mas desisti.

A última traquinagem que agora descobrimos é o delay. Contra o Chile, o povo nos butecos e adjacências gritava o gol antes de o virmos, audição mó quebra-clímax que nos deixou com cara de delayados em três oportunidades. E, segundo uma reportagem do UOL, parece que vai ser assim mesmo.

Enfim, se o delay é inevitável até no trocadilho, relaxemo e gozemo. E, é claro, com a velha 29 polegadas e a antena com palha de aço a postos.

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