segunda-feira, 14 de junho de 2010

Diário de obra II

Episódio de hoje: Isso pode, Arnaldo?

Como tudo o mais, a obra parece ter entrado em definitivo no ritmo da Copa.

Liguei cedo para o eletricista. E ele:
- Bom-dia, Maurício. É o Rubens.
- Rubens? Rubens...
- Aquele com quem você combinou de ir ao apartamento nesta manhã, lembra? Para orientar o pedreiro sobre quais as partes se deveri...
- Ah, lembrei.
- Ótimo. Você poderia aproveitar e me passar a lista de material para que eu pos...
- Onde é mesmo o apartamento?
- Aí, ao lado do seu trabalho. Na Rua Taltal. Fomos lá junto.
- Rua Taltal... Rua Taltal... Ah, sei. Estarei lá daqui meia hora.

Ligo pro pintor pra confirmar o encontro com o eletricista. Mas o pintor disse que não foi à obra nem irá, porque o pedreiro teve um problema pessoal, era ele quem estava com a chave e que o dito cujo mora lá na casa do caixa-prego, não daria pra ir lá e voltar a tempo de fazer alguma coisa.

De maneira que o eletricista foi lá e perdeu a viagem, tocando o interfone em vão.

Ligo pra Cemig no intervalo do almoço e quase estrebucho de felicidade ao saber que o ex-proprietário ainda não quitou os débitos de maio. Agradeço à atendente e desligo; seria inútil pedir para religar (pela 135ª vez) a energia do apê enquanto houver dívidas pendentes. Estou sem luz há quinze dias.

Quase me esqueço: no sábado, o pintor me perguntou se o frete com os materiais de construção já tinha saído do depósito, porque ele queria saber se daria tempo de pedir umas peneiras (pra areia) e uma linha (pro alinhamento da parede), coisas que, pra mim, fazem parte do bat-cinto do pedreiro, suas ferramentas de trabalho.

Isso também pode, Arnaldo?

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