quinta-feira, 13 de março de 2008

Qada cual com seu cada qual

Esse finde, a Doutora e eu fomos pra rua. Uma apresentação de chorinho ótima no A Casa, em Santa Efigênia. Caba o show, nóis se aconcheguemo mais pra perto da rodinha dos músicos que tocavam informalmente. Pedi uma canção, fui atendido, e então foi aquele trocar de palavras, talecoisa, coisital.

Daí que tinha duas meninas sentadas ao lado, bem juntinhas. Visu legal, despojado, moderninho. Uma jornalista/cantora/poeta; a outra, arquiteta. Papo bacana, tudo beleza, e o bar fechando. De repente, surpresa: Meg e as garotas fazem aniversário no mesmo santo dia - não me pergunte como elas descobriram isso em menos de cinco minutos - e, quando assusto, tão lá as moças numa algazarra que mereceu até foto de RG pra registrar.

Aí bateu a fome da noite, o bar fechou. Esticamos pra outro. Chegando lá, o resumo da ópera: a moça com a idade da Meg descobriu há menos de um mês que era lésbica. Estava com um rapaz na Obra quando conheceu a outra garota e, nas suas próprias palavras, “foi arrebatada”. Dispensou o rapaz, ficou com a arquiteta, avisou a família, marcou c’a outra o casório numa vila do interior para a véspera do aniversário conjunto e - tchanran, para completar a narrativa arrebatadora - nos convidou para ser padrinho e madrinha!!!


O entendimento entre todos foi ótimo, tanto que aceitamos no ato, mas...

Acho que aquela noite e o tal convite foram só porralouquice pois, embora tenhamos passado nossos contatos, as meninas até agora não deram alô. Tento aqui preservar a identidade delas e pensei três vezes antes de contar esse caso. Mas, quer saber? Elas me pareceram tranqüilas e desencanadas. As famílias tão sabendo e aceitaram. E, pô, a despeito de toda a precipitação possível, as meninas estão assumindo que se amam mesmo, se gostam, se adoram, e daí? Problema de quem achar ruim.

Se elas nos procurarem e descobrirem o que contei aqui, podem talvez é achar ruim comigo e até admito a possibilidade de retirarem o convite de padrinho. Ok, desde que não se retire o convite para a festa de casamento. Não quero perder esse rega-bofe, nem!



Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei demais do seu jeito de escrever... "talecoisa, coisital"!!! Rsrsrs!!! Que história, hein?! Publique os próximos capítulos. Abraços!!!