sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Carnavalesco

Hoje em dia, antigamente é ontem.

Nesse mundo veloz, prisca era foi quando tínhamos dezessete anos - lembra? foi outro dia - com todos os hormônios aflitos para viajar na quinta e ainda garantir a folia da sexta.

Como diria o samba, uma doce ilusão.

Em contraponto aos anos de juventude, meus carnavais mais recentes foram de uma pacatez... Nenhuma reclamação - pelo contrário. A última vez que fui farrear, solteiro, foi uma porcaria.

Havia um contraste dinossáurico, ao menos pra mim, entre minha geração e a turminha xóvem em múltiplos níveis. Música, comportamento, noção de diversão, pique, etc. Se os mais novos que eu - e os mais velhos também - já estavam noutra, eu, errando naquela balbúrdia, me senti meio como o elo perdido. Não assimilava as atitudes dos homo sapiens nem compreendia o que balbuciavam os neandertais.

Prefiro hoje como está. Sou animado, gosto de pular o carnaval ("pular carnaval", que expressão de antanho, meu Deus!; "Antanho"? oh não, fiz de novo), mas sítios, retiros e recolhimentos similares me agradam tanto quanto, sobretudo ao lado de quem se gosta.

Tá bom. Antes que alguém do passado olhe hoje pra mim e diga "Quem te viu, hein?", até minha sogrinha, que me conhece relativamente há pouco, questionou outro dia meu título de "boêmio".

Enquanto este blog não muda para Camisolões no divã, vou ter que aguentar.

2 comentários:

MegMarques disse...

Que injustiça, amore! Nosso primeiro carnaval juntos, em 2008, foi de pura folia: pulamos, dançamos, sambamos, bebemos, no meio da muvuca, junto do palco ou sozinhos, de dia e de noite, vimos o sol raiar, alguém fez xixi na rua, alguém jucou no pé de alguém, lembra não?

No último ano, porque estávamos com as meninas, é que ficamos quietinhos...

Rubão disse...

É vero. É que, nos últimos, sei lá, seis, sete anos, aquele foi a exceção que anda confirmando a regra.