Após semanas, finalmente uma boa noite de sono. Graças ao corticóide. O busílis é quando o remédio acabar... a crise de tosse é bruta.
Tenho ciência dos efeitos colaterais. Há mais de um mês que tenho tomado corticóide intermitentemente. O remédio preferido - cerveja - só em um único intervalo, semana passada.
Que ao menos essa bronquite que não me larga faça-me encurtar a cintura. Afinal de contas, as saladas têm ocupado um espaço crescente em meu prato. Preciso diminuir o nível de colesterol ruim. O bom tá acima da média.
Papinho de coroa, hein. A verdade, enfim, é outra. Na realidade, tenho medo de entrar precipitadamente à fase de saber nome e princípio ativo dos medicamentos de cor. Pior: de pular etapas no quesito presentes, estes sim, o verdadeiro termômetro etário da sua vida.
Porque o o envelhecimento do homem é medido pelo tipo de presentes que ganha. Senão, vejamos.
Você começa com bicos e chupetas. Carrinhos. Playmobil. Um cachorro. Depois, o mais importante presente da sua infância, uma bola. Videogame. Canivete suíço. Um carro, se os pais forem caridosos. Eletroeletrônicos. Roupas. Vinhos. Até aqui você é um sujeito ativo, esperto, boêmio. Então os presentes começam a decretar o início da sua obsolescência, o outono da sua juventude.
Nos últimos quatro anos, ganhei nada menos do que quatro pijamas. Tudo de gente que me quer bem: minha mulher, minha mamãe e minha sogrinha. Nada contra os presentes - até porque eram de muitíssima boa qualidade e não há como culpá-las de tentar erradicar-me o antigo hábito de dormir em andrajos - mas, de qualquer maneira, aquilo era um sinal claro, evidente de que algo não ia bem. Depois, foram as pantufas - ! - alerta máximo de que o camisolismo chegara. E, agora, me vejo na atual situação. Se bobear, atravesso incólume a fase das meias, gravatas e cachecóis para atingir triunfante, antes dos 40, a apoteose das pílulas e charopes, embrulhados talvez com lacinho e papel marchê.
Todavia, a idéia não é má. Não é má. Ainda mais com o preço que andam cobrando nas farmácias, os genéricos não são mais o que foram antigamente.
Pensando bem, nem os boêmios.
5 comentários:
Nóis bebe e fuma a vida toda, e depois bota a culpa na idade? Cara de pau, heim, ex-boêmio, rs? Abs
Nós quem, cara pálida? Levo vida de atleta. Não, de asceta.
Uai, Rubão, esporte é morte. Eu sou meio asceta mesmo. Num bebo, num fumo, num cheiro, num nem...
Mas pago o preço, meu amigo. Ou melhor, meu fígado ainda deve por mim, rs.
Abs
É só uma fase mais caseira. Depois q passar a sinusite e a alergia, a gente volta pra boemia.
Genro Preferido
Esqueceu de listar os dois (2)! robes-de-chambre que eu lhe trouxe de Lisboa?!
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