sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

É isso

A pesquisa de ontem na tv mostrou que os brasileiros só perdiam dos nigerianos em matéria de otimismo. Sei lá quem organiza esse tipo de pesquisa, enfim.

Mas eu saí da sala de tv pra ir tomar banho pensando. Mais um ano chega ao fim e... e aí? Faz tempo que não escrevo no blog. Dizer o quê? Seria capaz de também deixar alguma mensagem positiva?

Olhei pra mim mesmo e não tive certeza. Talvez eu não fosse capaz de ser tão otimista quanto a maioria dos meus compatriotas.

Nesse instante, a escova de dentes que eu tinha levado para o box escorregou. Fui afobado catar a bichinha que - plinct-planct - desvencilhou-se das minhas mãos e foi direto ao piso.

Aí rolou algo banal, mas que na hora considerei incrível: a danada caiu com as cerdas voltadas pra cima. Pra cima!

Em outras palavras: não é sempre que a pasta cai virada pro chão, moçada. Bora acreditar. Eu mesmo fiquei tão empolgado com a minha boa sorte que fui à loteca fazer uma fezinha na mega-sena.

Feliz ano-novo e paz pra todos vocês.


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Augúrios

É quase consenso que o triunfo da Itália na Copa de 1982 se transformou no paradigma do futebol de resultados que ditaria o ritmo da bola nos anos posteriores.

Como diz nosso querido peninsular Mino Carta, é de conhecimento até do mundo mineral que o emblema, o ponto de transição - futebol bom de assistir x pragmatismo - foi exatamente aquela partida da Itália contra o Brasil de Zico, Sócrates, Falcão e cia bela de Telê Santana.

A partir daí, o mundo da bola cedeu ao medo de perder e o futebol enfeiou-se: em detrimento da idéia de buscar o ataque, o negócio primeiro é não perder.

Isso, até hoje. Ou, até anteontem. Acho que o jogo está mudando: vocês não perceberam os sinais? Não viram os presságios?

Encafifem comigo. Primeiro, foi o Barcelona e seus passes de transe hipnótico, futebol lindo de se ver, vencedor de tudo e aplicador de goleadas, cuja rebarba deu na Espanha campeã do mundo.

Agora, é a morte de Enzo Bearzoti - justamente o treinador da Itália de 82. Que, sem querer, querendo, foi um dos homens-Chaves para a fatídica era do futebol sem-graça que atravessamos.

E para ornar de ouro as contas deste rosário de augúrios - Meu Deus - Parreira diz ontem que vai abandonar a carreira de técnico!

É a hora da virada, gente, vamo acreditá.

Feliz Natal pra vocês.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Dudão

Mais um casal de nosso círculo de amizades inaugurou a linha de montagem: Cidinha e o primo Rodrigão.

É a vida seguindo seu curso, penso, lembrando dos outros filhos dos meus próximos. Marco, Sofia, Jotapê e, desde ontem, Eduardo.

Há meses detectei um movimento que intenta chamar o menino de Dudu. Meu destino é ser a voz dissonante.

O guri é a cara do pai - o que abre certas expectativas ou confirma suspeitas. E Rodrigão não é chamado de Rodrigão à toa. Enquanto eu, baixinho, tenho o aumentativo do apelido devido, possivelmente, à grandeza de minha personalidade, o possante primo é uma presença física, a altura e a elegância de um Mangalarga.

De forma que, Dudu - comigo não, violão. Bem-vindo, Dudão.

Ao som de trombetas celestiais, chegam do alto as palavras do Criador:

- Boêmios, crescei-vos e multiplicai-vos. Breve chegará o dia em que passareis o bastã.., hrruum, a garrafa à próxima geração.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sem exagero

Deu vontade de reproduzir aqui a carta aberta ao Lula. Uma análise sem exagero e um reconhecimento sem ufanismo por oito anos de governo, a despeito dos equívocos, desmandos e roubalheiras.

Atenção agora, pípou.

A tal carta - publicada na Folha!!! - não veio de nenhum "petista", esquerdista revolucionário ou irresponsável estatizante.

Veio assinada pelo vice-presidente da FIESP. Veio da elite. Veio da "direita".

A direita (presume-se) esclarecida, pelo menos.


Steinbruch e a despedida de Lula

Da Folha

BENJAMIN STEINBRUCH

Prezado presidente Lula

Não é fácil presidir um país com o tamanho e com a complexidade do Brasil, mesmo com boas intenções

DENTRO DE DEZ dias estará encerrado seu período no comando do país. Nós todos, que sempre sonhamos com um Brasil desenvolvido e próspero, o aplaudimos quando conseguiu, depois de três tentativas frustradas, chegar à Presidência, com 52,4 milhões de votos.

É justo reconhecer que havia alguns receios, principalmente por causa de seu passado radical e de sua falta de experiência administrativa. Adversários se aproveitaram disso para assustar o país com previsões de catástrofe.

tão, o senhor escreveu uma carta ao povo e prometeu respeitar contratos, combater a inflação e, mais importante, remover obstáculos que impediam, durante longos anos, o crescimento da economia.

Entre as suas promessas, presidente, estavam criar 10 milhões de empregos, incentivar a construção habitacional e apoiar a empresa nacional, pequena ou grande.

Mais do que ninguém, por sua origem nordestina e operária, conhecia os problemas dos pobres. Comprometeu-se a combater a fome que atingia 22 milhões de pessoas e a pobreza, que sufocava 53 milhões de brasileiros.

Lembro-me de que ao lhe desejar boa sorte, escrevi aqui na Folha que sua eleição decorria desses compromissos que não poderiam ser abandonados, sob pena de frustrar o povo que acabara de cativar.

Sua vantagem era a ousadia que desaparecera nos anos anteriores, em que prevalecera a falta de apetite para o desenvolvimento e a acomodação com planos de estabilização monitorados pelo FMI.

Estávamos acostumados a usar a desculpa da falta de recursos para tudo: para a fome, para a violência, para justificar as escolas de péssima qualidade, os juros que esfolavam as empresas, a falta de moradias, a saúde em frangalhos e os buracos nas estradas.

Mas, mesmo com boas intenções, não é fácil presidir um país com o tamanho e a complexidade do Brasil. No começo, talvez para mostrar que não iria flertar com heterodoxias radicais de triste memória, o senhor adotou políticas que mantiveram um jeito muito conservador de conduzir a economia. Depois, houve um momento de decepção, em que poderia ter sido mais duro com desmandos dentro do governo.

Os programas sociais foram muito bem-vindos e tiraram da pobreza 11 milhões de famílias logo no primeiro mandato. Só no segundo, porém, o senhor demonstrou obstinação para adotar a política desenvolvimentista, com a criação do PAC e os investimentos em infraestrutura, ainda que a política monetária continuasse a frear a economia.

Quando veio a crise global, no fim de 2008, sua condução foi correta: redução de tributos sobre itens importantes para incentivar o consumo e a criação de emprego, estímulo ao crédito e outras medidas para fortalecer o mercado interno. Em pouco tempo, depois do susto inicial, o consumo interno crescia em ritmo chinês e o emprego se recuperava, mesmo tendo o Banco Central resistido em usar o instrumento poderoso da redução de juros.

Ao passar a faixa presidencial a Dilma Rousseff, dentro de dez dias, o senhor estará entregando também um país em franco crescimento econômico, com taxa de expansão próxima de 8%, algo que não se conseguia havia muitos anos.

Talvez seja o caso de sugerir a Dilma que faça o esforço que for necessário para manter o país em um ritmo de crescimento parecido com esse que o senhor conseguiu -para isso, ela terá de baixar juros, cuidar do câmbio e reduzir custos para o setor privado. E sugerir também, já que ela é do seu partido, que tente cumprir algumas tarefas que o senhor não conseguiu concluir.

Como brasileiro, agradeço pelo seu empenho nesses oito anos de trabalho. Espero que sua sucessora, a primeira mulher a ocupar a Presidência, tenha a coragem de assumir, como o senhor o fez, um projeto de desenvolvimento nacional.

BENJAMIN STEINBRUCH, 57, empresário, é diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, presidente do conselho de administração da empresa e primeiro vice-presidente da Fiesp. Escreve às terças, a cada 15 dias, nesta coluna.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Osso

Semaninha osso, essa.

Meio que perdi a disposição para ser síndico. Estou à espera daquela gota derradeira, causdiquê, como diz seu Hollanda, sou um pote cheio até aqui, ó.

Ocupado até o talo para resolver isso e aquilo pro condomínio (e na hora do vamovê todo mundo reclama, ninguém colabora - muito menos o prestador de serviço, que malporca tudo que toca e no fim quem tem que escutar é papaizito) e na correria de fim de ano, além da prospecção de um ou outro capilé por fora, minhas horas de manhã, almoço e noite ficaram comprometidas. Acaba que não vou ter nem tempo de ver minha mãe e irmã, que vão viajar, antes do Natal.

* * *

E como Dona Meg tá viajando, e as meninas tão com o pai, Nelson Rodrigues e eu fizemos o possível para não destruir a casa. Muito.


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sindicância

Mais um dia, mais quinze mil aporrinhações. Estou até me sentindo mal, fisicamente.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Achismo

Acho que mais dia, menos dia, a gente acha provas de vida alienígena.

Vida inteligente é outra história. Se por aqui já é difícil de se achar, imagina em Betelgeuse.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Desilusão

Depois do futebol, samba e corrupção, não há nada tão brasileiro como a procrastinação.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ó Nicolelis de novo aí, geeente!


Miguel Nicolelis, um brasileiro, e seu projeto ilustrando uma matéria de seis páginas da mais recente edição da Science.

Seis páginas. Na Science!

Pra se ver que os gringos tão ligados: o que se apóia e se faz de ciência no Brasil está ainda a alguns parsecs do que é feito nas oropa e nos istadosunidos, mas o que a turma do Nicolelis anda aprontando lá em Natal é de primeira.

E mais: dá pra fazer do jeito certo. Dá pra fazer da valorização do conhecimento e da ciência, sim, uma política de transformação social com resultados concretos.

Confira lá no Viomundo. Vale a pena.

Canja: olha só comé que começa a matéria:

Over the past 8 years, Latin America's largest nation has begun to boom. Its economy is growing fast, and it has become a player in world affairs, reveling in an unprecedented bout of self-confidence. It will host the World Cup in 2014 and the Olympics 2 years later. The good times are lifting science, too. Between 1997 and 2007 the number of Brazilian papers in indexed, peer-reviewed journals more than doubled to 19,000 a year. Brazil now ranks 13th in publications, according to Thomson Reuters, having surpassed the Netherlands, Israel, and Switzerland. Brazil's universities awarded twice as many Ph.D.s this year as they did in 2001, and thousands of new academic jobs have opened up on 134 new federal campuses. It's a reversal of fortune for a nation that during the 1990s was beset by dire economic problems. But Brazil is not formidable yet; its scientific output trails its ambitions. The country produces few high-impact papers and only a trickle of patents. Its primary and secondary public education system is in shambles, leaving the nation of 195 million chronically short of technical workers.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Caroço no angu

Sei não. Tem coisa aí nessa história do Rio de Janeiro que não encaixa.

Tô com a nítida sensação de que estão tentando me vender uma história tão blindada quanto os tanques da marinha.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Uma idéia

A despeito do pênalti não marcado a favor dos merengues quando a equipe blaugrana estava com 2 a 0 - e um gol nesse instante poderia mudar o andor da partida -, o meu, o seu, o nosso Barça, o Barça de quem gosta do futebol antibrucutices, deitou e rolou. Foi uma traulitada.

A despeito de ter como adversário o Mourinho, o treinador mais matreiro do mundo.

A despeito de Cristiano Ronaldo, que voltou a atuar bem e a ser decisivo, embora no clássico tenha jogado pedrinhas.

No fim, fica que lição?

Pra mim, fica o óbvio: o negócio é jogar bola. Se ganhar jogando bola, maravilha. Se perder jogando bola, menos pior: a equipe terá dado o melhor de si.

Faz uns dez anos que o óbvio consolida uma marca, constrói uma cultura e agiganta uma nação.

O óbvio grita, geme e esperneia estampado no leme do time catalão - "més que un club".

O Barcelona não joga futebol. O Barcelona joga uma idéia.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Batismo de água

Pela primeira vez, Nelson Rodrigues e seus bigodes buliçosos experimentaram o que significa um banho de rio.

Domingo cedo, pintou céu bom. Que tal ir à Aldeia? Vamos. Contudo, caí na besteira de só ter a idéia depois de ter alimentado o bicho. Não deu outra: vomitou dentro do carro. Mas a besteira foi minha. Nelson já deu indícios de que é um cão tranquilo para viajar e que não dará trabalho.

A Aldeia é um condomínio fechado em Brumadinho, a 30 minutos da capital. Serra, mata atlântica, cascatas, sombra e água gelada.

Com 5 meses de idade, achei que havia chegado o momento. Nelson é um labrador. Labrador é assim, ó, com água. Então colocamos o comportamento histórico da raça à prova.

Meg adentrou o leito raso e ele a seguiu. Numa parte onde ele não dava pé, titubeou. Tentou em vão escalar uma pedra. Ou era desistir ou nada. Então o bicho tomou coragem e foi nadando até Meguinha.

A partir daí, pronto. À medida que ia perdendo o medo, arriscava cada vez mais, nadando como se soubesse fazê-lo tal qual gerações de cachorros antes dele.

Uma hora deixou o riacho. Estava elétrico. Voltou para as águas, nadando, bufando e seguindo, ora a mim, ora a Meg. No fim, era um pequeno bólido preto costurando o leito feito agulha.

Meu cão não é mais pagão. Foi bom.

Nelson Rodrigues. Batizado nas águas de Brumadinho, em 28 de novembro de 2010. Por obra do pai, da Meg e do espírito santo dos cachorros. Amém.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Pega geral

Os ataques no Rio. Pelo menos a maioria dos meliantes dá à população carioca a chance de abandonar os veículos e as pessoas ainda não estão morrendo carbonizadas. Ainda. O show de horror seria completo.

* * *

Por sincronia, vimos ontem Tropa de Elite 2. Em termos de cinema, é menos azeitado do que o primeiro - superior em trama, atores, apelo dramático. Em termos de sociologia butecal, é mais politizado e, talvez, politizante. Enfim, é um bom filme.

A relação do conteúdo do filme contrapostas às cenas assistidas agora no Rio: a coisa toda é muito complexa e intrincada. Para analisar e sanar, seriam precisos livros e pequenas grandes revoluções.

* * *
Chateado fiquei durante as propagandas e trailers. Veio um comercial da Caixa sobre o dia da consciência negra ou algo assim, com locução de poesia em off, belas imagens de negros com dorsos nus em prais e negras em vários contextos sócios-culturais, etc.

Pois bem. No fim, junto com a legenda "Dia da Consciência Negra", vem um sujeito e diz "Sou Fulano de Tal um dos 14 mil funcionários da Caixa afrodescendentes".

Pombas. Qual o problema de chamar a pessoa de negra? De se assumir negão? Preconceituaram o substantivo negro. Que passa? Não se pode falar que o fulano é negro porque chamar alguém de "negro" pega mal? E pegaria mal por quê?

Como diz vovó, bobajada.

Afrodescendente. Parece até nome de doença. As pessoas cochichando: "Cuidado, ele tem afrodescendência". "Isso pega?"

Se é para ser hipócrita, então daqui em diante terei que chamar minha mãe de afrodescendente, meu pai e minhas irmãs de iberodescendentes e você, quando se referir à minha "etnia", por favor, me chame de SRD.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A entrevista de Lula aos blogueiros

Sinal dos (novos) tempos: Lula deu uma coletiva ontem à turma da blogosfera que lhe é simpática. A reação ciumenta e desqualificadora da velha mídia começou ontem mesmo: Dora Kramer, Folha, Reinaldo Azevedo, Serra (para o limpído Serra, Lula é o Pai da Mentira), entre outras damas e cavalheiros notáveis.

Mas a entrevista para blogs - nem todos são de jornalistas - é simbólica, pois representa um pequeno alento de avanço progressista nessa batalha da informação (percepção, na verdade) das pessoas, da agenda política da semana, da conversa nos botecos, dos murmúrios dos becos, da prosa na pausa do cafezinho, da realidade nossa de cada dia.

Porque é preciso ter um contraponto de informação e filtro da realidade antagônico à velha mídia das famílias oligarcas - Marinho, Frias, Mesquita e Civita - até para, dialeticamente, o sujeito poder comparar diferentes pontos-de-vista e formar seu juízo sobre o que acontece no país e no mundo. Para que, gradativamente, a consciência do Zé da Honorina atinja massa crítica e ele seja capaz de pensar por si mesmo.

E você, meu caro, minha cara?

Até agora você só vê GloboNews e Jornal Nacional? Só interpreta a realidade pelas páginas da Folha, do Globo e do Estadão? Só enxerga a vida pela perspectiva de Veja?

Em que mundo você vive?

E, mais importante: em que mundo, em que país e em que democracia você quer viver?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Um brasileiro

Tenho cada vez mais ouvido falar do Miguel Nicolelis. O neurocientista por trás do desenvolvimento de um projeto educacional inovador na periferia de Natal (RN), uma das regiões mais carentes do país.

Nicolelis acaba de lançar um manifesto: Ciência Tropical. Vale a pena.

Por tudo que já li, vi, ouvi, esse palmeirense Nicolelis só dá bola dentro.

É um grande brasileiro.


Um gentleman

Eu realmente deveria atualizar minha lista de links. Enquanto tal não acontece, reparto com os três leitores do blog o caminho que leva ao José Geraldo Couto.

José Geraldo Couto é um gentleman. Um gentil-homem - desses anacrônicos, sobretudo se pensarmos nas penas hidrófobas da imprensa de hoje. E olha que o homem trabalha na Folha!

Se você quiser ler boas críticas de cinema, vá lá dar uma passadinha no Zé Geraldo.

Pena que o Zé não trate também de futebol, metier através do qual a gente se correspondeu anos atrás. Episódio em que guardo a lembrança do sujeito educadíssimo que se digna a arrumar tempo para ler e responder ao que você lhe escreve.

É isso. Além de não ser afetado, ególatra ou metido a besta como a maioria dos seus colegas de crítica - seja de futebol, cinema ou política - O José Geraldo Couto dá atenção a você, responde a todos os comentários.

Um gentleman.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Homilia verde

O mundo em guerra cambial, os republicanos em maioria no Congresso americano, o neorecrudescimento da xenofobia na Europa e do preconceito no Brasil, o uso deturpado dos combustíveis nucleares, a censura na China e na Coréia do Norte; e cá se encontra este blogueiro a divagar sobre o jardim .

Entretanto, de jardim não se pode chamá-lo. É o eufemismo para uma área nos fundos do apartamento que revela, aqui e ali, evidências arqueológicas de um projeto paisagístico, com fantasmas de trepadeiras nos muros, resquícios de antigos canteiros nos flancos e vasinhos outrora abandonados.

Salvo dois pés de buganvília e um de limoeiro improdutivo, a ignorância agrária não permite identificar mais nada. Nem os brotos à direita, nem as plantas à esquerda; nem aquele espécime florescente em vermelho-vivo que o colibri mais gosta e pelo qual nos visita todas as manhãs, nem sequer a copa que, diária e anonimamente, troca a sombra por um pouco de água.

Esse legado verde que nos deixaram revelou, sem querer, uma pequena heresia bíblica. Nós, as gentes urbanas, versadas no trânsito das gôndolas dos supermercados, apalpando e escolhendo todo dia o que melhor nos aprouver, conseguimos a façanha de contradizer a Palavra: reconhecemos os frutos e, paradoxalmente, desconhecemos as árvores.

Este é, naturalmente, meu caminho primeiro para a espiritualidade. Regar, cavar, semear, plantar, podar, colher. Nos dias santos - em que a disposição sobrepuja a preguiça - dispensarei o duro rito das igrejas em favor da agradável liturgia dos quintais.

Mexer com o verde é uma espécie de comunhão. Fiel, enfie a mão na terra você também.


Time of my life

Finalmente saíram os papé de divórcio de Meguinha.

Simbora, nega.


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Escuta essa

E o Protógenes, hein? As instituições e cidadãos mais respeitáveis do país parecem odiá-lo.

Deve ser a prova cabal de que é um homem de bem.

* * *
Anteontem podei tiririca no gramado do meu quintal. Há dias tentam ceifar o deputado eleito no tapetão.

No primeiro caso, é jardinagem. No segundo, é o quê?

* * *
Os débeis mentais de classe média alta que espancaram homossexuais na Av. Paulista foram soltos rapidinho. Segundo o relato de testemunhas das agressões, chegou um momento em que eram cinco contra um.

Se tem alguma piada aí, só pode ser sem graça.

* * *
Sílvio Santos descobriu como saldar o rombo do PanAmericano: vai sacar o FGTS da Hebe Camargo.


Vida em condomínio, por Relembrando Braga

Recado ao Sr. 903

Vizinho,

Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal - devia ser meia-noite - e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 - que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão; ao meu número) será convidado a se retirar às 21 :45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas - e prometo silêncio.

...Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: "Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou". E o outro respondesse: "Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela".

E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Experiência

Hoje aprendi que síndico não tem amigos.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Peraí

Ok, houve falhas mais uma vez. Mas a má vontade dos colunistas e editorialistas dos meios de comunicação tradicionais com o ENEM é de lascar.

Por exemplo, escutar os apocalípticos Míriam Leitão e Merval Pereira na hora do almoço na CBN.

Pela interpretação da realidade desses dois, você não atravessa a rua para chupar um chicabon. É capaz de abrir uma fenda descomunal no chão (causada pelo PT) e dragar tudo o que estiver por perto, inclusive o vendedor de picolés, que, se bobear, faz ENEM porque tem esperança de estudar um curso superior.

Peraí.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Per inciso

A propósito, antes não dei mas agora darei meu pitaco, que, como se sabe, esperam os leitores deste blog e a imprensa mundial.

No recente torneio mundial, realizado na Itália, Bernardinho - sem dúvida o mais competente treinador de esporte coletivo da contemporaneidade - cravou uma tremenda bola fora.

Essa mentalidade que hoje permeia nossos esportistas, muitos comentaristas, o colega de trabalho, o amigo de copo e, preocupantemente, nossa juventude, filhos e quetais, é somente um sintoma de, digamos, um tempo triste. Mas que se deve enfrentar, visto que o que entendemos como esportividade - esportividade mesmo - não pode e não deve diagnosticada levianamente como vitória a qualquer preço.

Essa doença - ganhar a qualquer custo - esvazia dos triunfos o que têm de mais precioso: o valor de seu mérito indiscutível.

No paroxismo: é melhor perder a Copa com Zico e Cerezo em 1982, por exemplo, do que ganhar o ouro em 1988 como Ben Johnson.

Por Nelson e seus Bigodes Buliçosos! Que importa se ganhar uma partida implica pegar um adversário teoricamente mais forte? Ou que comprometa fisicamente tua equipe, no caso de ser bem-sucedida naquela etapa, para os confrontos finais da competição? Ou, ainda, que as regras da competição tenham sido elaboradas no voleio de dados viciados?

Bobagem! A vitória, se sobreviesse ao final contra tudo e contra todos, imporia à tal equipe o risco de se eternizar em uma página de glórias imortais.

Como disse Mestre Tusta outro dia: a ética tem de estar acima da razão.

A quase contrição e o declarado constrangimento que o treinador da seleção masculina de vôlei e alguns dos seus comandados demonstraram por conta desta questionável conquista já é um sinal de que, lá no fundo, sabem que erraram e traíram suas convicções. E, por isso mesmo, mostram que são gente boa.

Não é uma nódoa na carreira de Bernardinho e seus bluecaps que vai conspurcar a carreira incomparável de vencedores. Mas será o detalhe: aquela manchinha de vinho que aparece na lapela da fotografia oficial do álbum de recordações da História. Vinho italiano, per inciso.


O cosmonauta

Coincidência ou não, hoje no blog é dia de falar de heróis.

Leio no Nassif que hoje é aniversário do Carl Sagan.

Como tributo, segue um trechinho de um livro que, acaso ou não, está à mão.

"... Concordo que a humildade é a única resposta justa no confronto com o universo, mas não uma humildade que nos impeça de querer descobrir a natureza do universo que admiramos."

"...Algo que chama especialmente a atenção na cultura contemporâneea é como são escassas as visões positivas sobre o futuro imediato. A mídia mostra todo tipo de cenário apocalíptico, futuros medonhos. E há uma tendência nesses prognósticos de ser uma espécie de profecia que se concretiza.

Não é raro vermos uma projeção de vinte, cinquenta ou cem anos no futuro, de um mundo em que tenhamos recobrado a razão, em que tenhamos entendido as coisas? Podemos fazer isso. Não há nada que indique que nesses desafios nosso fracasso seja inevitável."

O bigonauta

Não concluí ainda a leitura dos Diários do Beagle - influência da Dra. bióloga, decerto. Mas o caso é que não consigo deixar de imaginar aquela quadra da vida do naturalista como algo hollywoodiano na linha de "As Aventuras do Jovem Charles Darwin". Troque o chapéu e o chicote pela rede de pesca e o martelinho de pedra.

Darwin foi, como é qualquer um de nós, produto do seu meio, sua época, seus preceitos e preconceitos. Talvez espante saber que, em suas andanças pelo Brasil, os pampas, a Terra do Fogo, o Chile, o inglês muitas vezes resolvia a fome no gatilho, sem poupar bicho que se preze. O que você conceber que caminhe em mais de uma pata ele deve ter comido. Talvez a Teoria da Evolução não existisse se os naturalistas da época fossem os macrobióticos e vegetarianos ecochatos de hoje.

Piadas à parte, o que não ia pro bucho do homem ia pra a coleção, e dá pra notar, em comentários aqui e ali, os germes primordiais da idéia revolucionária que nasceria anos depois.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

CPMF

Dilma, Dilma. Não começamos bem.

Modos


Nelson Rodrigues é arteiro como qualquer bom labrador, mas começo a ficar preocupado. Hoje mesmo eu comprovei: ele está cada vez mais assustadiço. Com seus próprios donos.

Claro que as broncas que leva são devido ao seu comportamento de bagunceiro nato. Mas, este vídeo é a prova de que há esperança. Agora, será possível até levá-lo à mesa.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Guerras de secessão

Enquanto nas esferas sociais, físicas ou virtuais, trava-se um novo velho embate entre o preconceito separatista dos sulistas e a maioria humanitária e esclarecida do Brasil, lá em casa a batalha é mais dura.

É necessário separar o reino das formigas do quintal onde vivemos.

Finalmente descobrimos a razão de nossa brinco-de-princesa definhar. As samambaias seguem o mesmo destino. Da noite pro dia, suas hastes verdes pujantes se transformam em delgadas varetas peladas.

O problema se estende para além dos nossos domínios, atingindo uma área do condomínio onde recentemente plantamos duas mudas de parreira. Acho que nem as uvas primevas sobraram no pé.

Descobri, um tempo atrás, uma trilogia romanceada - ficção científica de um francês, acho - toda sobre formigas. Até pensei em comprar, titubeei, deixei para lá. Acho que agora vai. Sun tzu: conhecer o inimigo.

Além disso, preciso saber de que lado está Nelson Rodrigues, o labrador de Bigodes Buliçosos. Até agora, o danado tem feito o jogo das formigas - escavando buracos, macerando plantas, destruindo vasos.

Caudiquê agora é guerra. Nossas plantas precisam de nós. Nossas flores pedem socorro.

Um exército marcha contra nós.

Cachorros e homens de bem de todos os quintais, uni-vos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Vitória

Tive o privilégio de conversar com um debatedor de - chamemos assim - "direita" realmente formidável. Lúcido, persuasivo, quase implacável, com uma memória assombrosa e argumentos poderosos.

Foi por pouco tempo, e deu vontade de conversar mais, sobretudo porque, embora eu não tenha partido para a conversa com o intuito de convencê-lo da minhas - chamemos assim - posições de esquerda, saí com a impressão de que nossa prosa não logrou ser reduzida às idéias essenciais, como eu queria: tirar da carne dos nossos discursos antagônicos tudo o que fosse superficial e acessório para chegar lá no osso.

Mas ele tem (não que precise ou se importe) todo o meu respeito.

Serra, não.

O discurso e as atitudes políticas do Serra e de seus correligionários antes, durante e até depois da campanha, como se viu no seu pronunciamento pós-eleição, são passíveis de várias, várias críticas - do ponto de vista da honestidade, responsabilidade e da ética.

O que se entende grosseiramente por "a direita" sempre vai existir. É histórico, é da humanidade. O que as forças aliadas a Serra representaram não eram um contraponto crítico, mas sim a dissimulação, a desinformação, a apropriação indébita da religião, o multipreconceito contra pobres e nordestinos, o cinismo e a ultra-hipocrisia.

E sabe com o que isso se parece? Me desculpem a sinceridade, serradores (como diz a Bibi): não é possível manter um diálogo com algo que a cada dia parecia mais e mais um arremedo tupiniquim da Klu Klux Kan.

Até pra começo de conversa, precisamos de uma direita com idéias.

* * *

Valeu a vitória.

Contra a Veja, a Folha, a Época, o Estadão, o Jornal Nacional, o Globo, a Globo, contra a imprensa internacional neoliberal (Financial Times, Newsweek, etc), contra a "bolsa-esmola", contra o preconceito de classe, contra setores religiosos conservadores, contra o Papa, contra tudo.

Agora, Dilma: abre seu olho. Porque o olho do PIG já está aberto. E o nosso, aliado porém crítico, também.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010


Bom domingo pra vocês

Já que da boca aqui do colega saem coisas como "Voto em Serra porque tenho alergia de pobre";

Já que abafaram aquela vozinha interna que cada um tem e que sempre te diz lá no fundo quando você erra e acerta;

Já que é inútil alcançá-los externando argumentos racionais;

Então só resta ficar em silêncio e ouvir isso, com os olhos bem fechados:

Já ganhou, já ganhou

Seja qual for o resultado no domingo, pelo menos o pleito mais importante de 2010 já foi vencido por um candidato progressista: fui eleito síndico do suntuoso Condomínio do Edifício Jacy.

Me elegeram porque eu era o candidato da exclusão. Não porque eu tenha esquizofrenicamente assumido posições reacionárias. Mas porque, como na piada velha de exército, "voluntários, um passo à frente", eu fiquei parado no mesmo lugar e todos deram pra trás. Assim, ou era eu, ou um sujeito que todo mundo desgosta lá no prédio ou terceirizar e aumentar o valor do condomínio. Por exclusão, ganhei.

Meus queridos e minhas queridas! Vocês não irão se arrepender de terem me dignificado com tamanha honra, esta sindicância.

Nada prometo! Mas farei de tudo - podem ficar seguros, eu reafirmo, farei de tudo - para que não me reelejam no ano que vem.

Obrigado, obrigado.




quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Farofada

Quando vi no sítio da Veja alguém manchetar que a morte do primeiro-damo da Argentina paralisaria algo como "um projeto de autoritarismo em curso no país", pensei: sei de nada sobre a vida dos nossos vizinhos, mas aposto que esse cara aí era progressista. Fuçando um pouco na web, não deu outra.

* * *
Agora, aqui. Gente, vamo parar com isso.

Que história é essa de "ameaça à democracia" no Brasil?

Quando, Serra? Onde, Dr. Hélio Bicudo? Quem, Éfe Agá?

Pelos Bigodes Buliçosos de Nelson Rodrigues! - não o dramaturgo, glabro, mas o cachorro lá de casa cultiva.

A bazófia virou chororô, chororô virou dor de cotovelo, dor de cotovelo virou cinismo.

Em oito anos, em que ponto nossa democracia esteve a ponto de ser ameaçada? Pelos concursos públicos, que antes não existiam e hoje fortalecem nossas antes sucateadas instituições e hoje dão emprego a nossos filhos? Pelos Estados Unidos, que perderam a mamata de Alcântara? Pelo dito aparelhamento do Estado? Ora, quem pesquisar por aí (idelberavelar.com, 19/10/10) vai ficar besta de ver o número de cargos que o poder executivo tem a prerrogativa de indicar - e que é normal em qualquer democracia: botar gente de sua confiança para executar as diretrizes políticas que você acredita.

* * *

Conversam pessoas de classe média sobre viagens à Europa (depois de me casar, descarto dar festa mas não de conhecer a Europa).

Uma colega dá depoimento, dizendo que, se planejar com muita antecedência, você consegue na internet muitos descontos em hospedagens e passagens aéreas baratas em solo europeu.

Versado no assunto, um agente de viagens exemplifica, contando que há casos de um vôo Madrid-Londres custar 40 euros.

Chega então à roda um jovem gaiato e diz: - Mas esses vôos nem oferecem lanche nem nada. Tem gente vendendo de tudo dentro do avião. É barato, sim. O foda é que é a maior farofada.

Farofada. Uma farofada européia.

E o sujeito arremata: - É igual vôo da Webjet aqui. Nem lanche tem.

Farofada à brasileira.

Penso na crise da aviação em todo canto, no polêmico dono da RyanAir, cujo nome o google decerto não se esquece, que prospera ano após ano num setor sempre às voltas com a crise porque se propõe a encarar seu negócio simplesmente como levar as pessoas de um ponto A até o ponto B, sem frescuras; e penso que se o rapaz não gosta de farofa, ele tem todo o direito, inclusive o de pagar mais para viajar com quem, provavelmente, tem poder aquisitivo pra isso e compartilha de suas predileções gastronômicas.

Depois que a conversa acaba, tentei recordar quantas vezes eu já fui preconceituoso, ainda que silenciosamente. Que a batalha contra o preconceito é diária, e, mais importante, começa em minha própria intimidade. Que, antes de criticar a babaquice alheia, eu tenho que me comprometer em domar a minha contra meus semelhantes. Que, em maior ou menor grau, também sou hipócrita.

Bueno, o garoto transparece ser daquele tipo de gente que vai à praia e se incomoda se tem "farofada". Que na fila do cinema do shopping classe alta se incomoda ao prever que vai ter de se sentar ao lado da "farofada". Que repara que o aeroporto tem cada vez mais "farofada" - antes invisível.

A vontade que dá é classificar este rapaz da elite com o mesmíssimo rótulo que a turma dele tasca à "farofada" quando a encontra perambulando pelo BH Shopping:"É por causa dessa gente que o Brasil não vai pra frente".

E, graças ao garoto, sabemos que a Europa está indo para trás também por mais essa razão.

Mais claro, impossível

Para Rodrigão, que adora textos longos. Este é do painel do leitor de Carta Capital. Os grigos são meus.


Diários da desinformação: parte um

Por Val Klay*

Muitas das críticas ao governo Lula que semanalmente me chegam por e-mail são marcadas pela paranóia e pela falta de lucidez.

Principalmente quando o alvo é o próprio presidente, sobre quem as ofensas e acusações se disparam em adjetivos que vão do usual “analfabeto” até o despropositado “terrorista”, desfilando sandices tais como “nazista” ou “ditador” e até “anticristo”. Em certo e-mail, Lula, ao longo de uma abarrotada lista de comparações absurdas, é descrito como “pior que Adolf Hitler”. Noutro, surge personagem de Nostradamus, relatado pelo profeta medieval em alguma suposta centúria sobre uma “besta barbuda” que, no terceiro milênio, desceria sobre um “condado do hemisfério sul” atraindo para a desgraça o mesmo “povo tolo e leviano” que lhe deu poder. Que maldade!

Algumas visões sobre o desempenho do Brasil durante o atual governo são tão distorcidas e perniciosas que eu sequer cogitei em responder. Uns vêem no PT uma artimanha dos narcotraficantes colombianos das FARC que logo tomarão o país, outros vêem a ameaça de uma ditadura comunista transformando o Brasil, e logo a América latina inteira, numa imensa cuba continental.

“Eu não sou comunista, sou torneiro mecânico”, confessou o presidente da República.

Minha falha foi não ver que essa enxurrada de tolices, simples negação sem sentido, estava virando costume, uma brincadeira de mau gosto, e resultaria numa eficiente campanha de difamação que ajudou a comprometer a vitória no primeiro turno. Por que perder tempo com a faceta mais feia do debate eleitoral, com tanta discussão interessante ocorrendo web à fora? Qualquer tentativa era, no mínimo, desagradável. A falta de respeito pelas conquistas do governo Lula e sua popularidade, quanto mais infundada é, mais agressivamente se defende — chega a querer impor-se como um direito. O direito de discordar sem ter razão nenhuma. Parecia fútil tentar debater, quando as respostas mais decentes eram do seguinte calão:

hê, mas que papo furado ein…

vc ganhou dinheiro pra falar isso?

Vc mora no plano piloto?

A desinformação é o maior trunfo da oposição. Ninguém precisa ser comprado para apoiar o governo Lula. Basta conhecer a realidade para saber em quem votar.

Sim, eu moro no Plano Piloto. Sou professora de nível superior, já tendo lecionado inclusive na UNB, e agora possuo um pequeno estúdio de gravação onde também dito aulas de música, lidando com pessoas de diversas classes sociais diariamente. E posso afirmar sem vacilação que, ao longo do governo Lula, mais marcadamente durante o segundo mandato, passei a ter mais alunos e um nível de vida melhor. O aumento do poder aquisitivo das classes baixas diversificou minha pasta de alunos, beneficiando diretamente a minha vida profissional e pessoal. Gente que antes não tinha condições de cursar minhas aulas agora veio a poder e o tem feito com freqüência crescente.

E não apenas quem trabalha com serviços se beneficiou. Digam Merval Pereira e André Trigueiro o que quiserem, a verdade é que o período pós-PSDB se caracteriza por uma indústria nacional notavelmente favorável à política econômica do governo. A população está comprando mais. Os números históricos do natal passado, por exemplo, devem ter feito mais de uma edição da revista Veja ter o impulso de se rasgar sozinha. Carros, imóveis, eletrodomésticos, construção, educação, até turismo: um recorde setor após setor.

Então, pensando melhor, talvez seja verdade: eu defendo o atual governo porque ele me dá dinheiro. Admito.

Um governo bem-sucedido tem o efeito de um imenso esquema de compra de votos, sem ser um escândalo. Mantenha a economia em franco crescimento, com mais acesso facilitado a crédito e legítimos programas de assistência social e o que você tem em mãos é um verdadeiro mensalão de pobre. Foi a lição mais humilhante que a oposição (essa oposição que antes governava) aprendeu da Era Lula. A estratégia mais ardilosa para se manter no poder é praticar o grande golpe de ser realmente um bom governo.

Contra isso a única munição eficaz que existe é a desinformação. Por isso a oposição do tucano José Serra é tão dependente da grande mídia. Porque desinformar é o papel da imprensa. Ou ao menos tem sido. É o que explica porque ainda há tanta gente ignorando o que realmente estava acontecendo quando nós colocamos um metalúrgico sindicalista nordestino na presidência da república, oito anos atrás.

O Brasil passou a acompanhar, e em posição de destaque, a onda de renovação que está mudando a cultura política da América Latina.

Após séculos de exploração empobrecedora e dominação sócio-cultural, os governantes das nações latino-americanas em fim começam a ter a cara do povo que governam. O mesmo ocorre com seus governos, o que dá à fase em que vivemos um caráter de verdadeira transformação histórica. É o que explica a presidenta da argentina Cristina Kirchner ao diretor Oliver Stone no documentário Ao Sul da Fronteira, que analisa inclusive a poderosa muralha ideológica que se ergueu em resistência. Hoje mais que nunca as televisões, jornais e revistas mais influentes dessa parte do continente somam forças contra a renovação cultural, defendendo praticamente cada item da agenda norte-americana e cada interesse da pasta política do G-8, o clube dos oito países mais ricos do mundo. Aqueles mesmos que nos colonizaram em primeiro lugar.

A ALCA é um bom exemplo: todos os grandes veículos de comunicação latino-americanos — via de regra — pleiteiam relações unilaterais entre seus países e os EUA, todos combatem abertamente o MERCOSUL. O conchavo chega a ser escandaloso de tão evidente. E, como a impávida senhora Kirchner (com sua lei dos meios de comunicação) logo descobriu, é difícil tomar alguma medida que não seja automaticamente taxada de censura.

Onde o jornalismo pode criticar sem ser criticado, a liberdade de imprensa é inimiga da liberdade de expressão. Independente do que se ouve nesse grande coral montado pela Globo, a Veja, o Estadão e a Folha de São Paulo, não é a imprensa livre que eles estão protegendo. É o loby da grande mídia, da imprensa milionária, em nada livre, mas acorrentada aos óbvios interesses em comum e às inevitáveis coligações ideológicas (quase partidárias) que se espera de seus donos, as poderosas famiglias de sempre. Como o clã dos Nobre, lá na Argentina, e dos Marinho, aqui no Brasil.

“Em nenhuma democracia séria do mundo”, alerta o jornalista Paulo Henrique Amorim que debandou da Globo, como tantos, e hoje é um de seus grandes críticos, “jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil”. O poder de fogo que o loby da grande mídia, essa opinião pública artificial, aglomera em defesa de interesses imperialistas é devastador. “Eles se transformaram num partido político”, ironiza o jornalista, “o PiG, Partido da Imprensa Golpista”.

Na crise econômica mundial de 2008, era de partir o coração flagrar a Globo News, claramente, sem sombra de dúvidas, torcendo contra as medidas do governo, com retórica e clamor de oposição. Só faltou admitir. Depois eu vi, sem poder crer, com meus próprios olhos, mais de um jornalista se morder de raiva — visivelmente, cara feia em pleno horário nobre —, quando, por fim, o desempenho da equipe econômica de Lula deu uma rasteira na crise mundial. Contrariando os prognósticos, o governo, não somente livrou o Brasil de uma grave recessão (desemprego, inflação, etc.), mas compartilhou sua receita de salvação com outros países emergentes, como a Índia, dando uma aula de gerência e estadismo para os economistas neo-liberais dos países desenvolvidos. Aqueles mesmos que provocaram a crise em primeiro lugar.

Para o chamado padrão Globo de telejornalismo, aquela era uma notícia demasiado amarga de divulgar.

Míriam Leitão, por exemplo, num ritual jornalístico de pura aceitação, um ato de absoluta fé editorial que transcende provas, fatos e outros fenômenos mundanos, é uma das maiores pregadoras do mito lendário do governo incompetente. Incansável sacerdotiza da seita neo-liberal, passou as duas gestões do governo Lula enclaustrada no templo da Globo News, profetizando os piores apocalipses para o Brasil. E o fez com uma assiduidade e uma inflexibilidade tão religiosas que o mundo sem censura da Internet a batizou de “Urubóloga”. Enquanto isso, o prometido desastre econômico, que há quase oito anos está em vias de afundar a nação, acabou se acostumando a ser sistematicamente adiado para o trimestre que vem, quando aí sim virá, com certeza, como antes…

Essa é a mesma lógica circense dos articulistas da revista Veja: sendo contra o governo, pouco importa a consistência da crítica, o que importa é a constância. Numa verdadeira refutação da teoria de que os pessimistas são mais lúcidos, nunca um ser humano errou tanto quanto Diogo Mainardi. É como se não soubesse o que diz, já foi até processado! Esse sim é pago, e muito bem, para ter a “correta” opinião própria (ou imprópria, no caso) que possui sobre o atual governo. Mainardi, que eu me lembre, surgiu praticamente ao mesmo tempo que o governo petista, defendendo o neo-conservadorismo hereditário do clã Bush, os empobrecedores subsídios agrícolas dos países ricos, a guerra do petróleo, vários tópicos do gênero, enquanto chamava o Lula de brucutu e o povo brasileiro de burro.

Deixando de lado eventuais escândalos, como o da colunista Maria Rita Kehl, proibida pelo Estadão de escrever sobre política por elogiar o governo (isso não seria censura?), em geral a campanha de oposição por parte dos grandes jornais, embora forte, é mais sutil. Com exceção da Folha de São Paulo, é claro. “Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler”, fuzila Amorim. “Folha é aquele jornal (…) da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de bom caráter porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é porque o dono é o que é; nos anos militares a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores”.

Desaparecidos às centenas de milhares, presos políticos com seus filhos seqüestrados, jamais vistos, esquemas industriais de extermínio, ataques militarizados a resistências populares, nenhuma ditadura teria a menor viabilidade sem a meticulosa desinformação de povos inteiros, sem controle sobre a mídia. Embora isso seja assunto para outra parte desse artigo, não é mais segredo que, nos bastidores da grande mídia, era comum certa cumplicidade com os golpes militares que extorquiram a América Latina. Países como o Chile e a Argentina têm descoberto muita roupa suja totalitarista para lavar. E o Brasil não teve melhor sorte. Mesmo em períodos de repressão, o poder do dinheiro sobre a imprensa e a política se mostra o que há de mais persuasivo. A sombra silenciosa dos interesses imperialistas que paira sobre nós e nossas riquezas sempre reconheceu isso. Sai mais em conta subornar, comprar, que reprimir.

Principalmente quando nossas instituições são tão subservientes. A falta de respeito pela própria soberania já foi uma característica nacional. “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”, a frase célebre proferida pelo general Juracy Magalhães, no ano do golpe que poria o país de joelhos sob a mira de fuzis, jamais nos permitirá esquecer isso. Desde então, até quando o PSDB saiu da presidência, nós, todo o povo brasileiro, éramos um gigante sem peso, quase sem voz na própria vizinhança.

Hoje em dia Hugo Chaves declara: “A América Latina vai para onde o Brasil for”.

O Brasil de hoje é uma nação com cacife para dar conselhos e até financiar empréstimos para o Fundo Monetário Internacional, o famigerado FMI que, junto à obediência incompetente dos governos anteriores — principalmente o de FHC —, leiloou nossas maiores empresas sem conseguir tirar o Brasil do buraco, agravando a desigualdade social mesmo numa época de inflação controlada. Foi o mistério da “privataria”, pela qual hoje o Fernando Henrique culpa o Serra . “Eles venderam tudo e aumentaram a dívida”, reclamou o ex-ministro Delfin Neto.

Na contra-mão de tudo isso, o governo do PT fez o que todos diziam ser impossível: dignificou o salário mínimo, que subiu de 64 para mais de 291 dólares (valores de janeiro de 2010), sem quebrar a previdência, como o FHC previa. Aliás, pagou as dívidas do governo dele e tampou cada buraco deixado pelo PSDB, sem descontar nos desvalidos. Só nos últimos oito anos, 32 milhões de pessoas saíram da condição de miséria absoluta e se tornaram consumidores. Chamam a isso de “crescimento sustentável”, coisa que até então era só uma lenda. Agora os economistas estão vendo que é real, que é possível.

Com a mídia criticando cada passo, o governo Lula conseguiu baixar o IPI fazendo a indústria automobilística brasileira, assim como a linha branca de eletrodomésticos, bater recorde.Com a Dilma criou o PAC, um pacote de medidas que nos blindou contra a crise e hoje, inclusive, é imitado por outras nações. Abriu mais escolas e universidades que seus antecessores juntos (14 universidades públicas e estendeu mais de 40 campi), além de criar o PRÓ-UNI, um programa que leva filhos de famílias carentes à universidade (meio milhão de bolsas para pobres em escolas particulares). De tão competente, foi aceito sem resistências na liderança dos países emergentes (fato antes impensável), encurralando o imperialista G-8 com o estratégico G-20. (Cheque-mate!)

Ressuscitou o Proálcool, lutou pelo biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis. A televisão pode até não falar, mas o Brasil de hoje possui o maior programa de energia alternativa ao petróleo do planeta. E, por fim, colocou o primeiro negro no Supremo e uma mulher no comando da casa civil. Ela que, golpismos a parte, logo estará sentada na cadeira da presidência, como sucessora do maior presidente que esse país já teve.

Os resultados do governo Lula, aplaudidos por políticos e economistas do mundo inteiro, são uma vitória legítima da democracia nacional, demonstrável em números sólidos, conhecidos e respeitados — até mesmo pela oposição. Aqueles que, por desconhecimento ou preconceito, contribuem com essa campanha leviana de negação das conquistas e virtudes do atual governo estão deliberadamente prejudicando o desenvolvimento do país e o futuro da nossa gente.

Não vote na escuridão, vote bem informado.


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Não será a última




A última cruzada tucana

Leandro Fortes relata sua perplexidade ao se deparar com um panfleto anti-petista que ensina ao patrão de classe média a convencer seus empregados do "perigo" da eleição de Dilma. Foto: André Dusek

O conteúdo abaixo caiu na minha caixa de spam, hoje de manhã, enviado por um certo Rodrigo Roni, certamente um dos muitos brucutus de internet a serviço da campanha de José Serra. Normalmente, apago da minha caixa de mensagem de e-mails correntes de quaisquer naturezas, pela óbvia razão de serem escritas e disseminadas por fanáticos religiosos, militantes políticos extremistas e idiotas em geral. Esta, contudo, embora não fuja à regra, é bastante emblemática sobre o desespero de certa porção da classe média em relação à perspectiva da vitória de Dilma Rousseff e da continuidade dos programas sociais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se de um panfleto anti-petista por excelência, recheado de preconceitos e ofensas amarguradas, um último apelo à insensatez em nome da preservação dos piores e mais mesquinhos valores dessa parcela da sociedade brasileira que caminha, felizmente, para a extinção.

Para garantir votos ao tucano José Serra, a corrente estabelece uma fórmula baseada, explicitamente, nas relações da Casa Grande com a Senzala. Ensina ao patrão e à dona-de-casa de classe média como convencer empregadas domésticas, porteiros, motoristas, ascensoristas e empregados em geral do perigo que representará a eleição de Dilma. Reparem que as recomendações são para os empregados de dentistas, advogados, clientes, nunca para os dentistas, advogados e clientes, desde já colocados como pessoas de primeira categoria, portanto, imunes ao discurso patético de persuasão apregoado pelo panfleto. Há, ainda, o risível apelo a ser feito “ao atendente da sauna, da academia, da escola de natação, da escola de inglês das crianças”.

Enfim, um texto altamente representativo do tipo de elite que temos no País, suas razões, seus preconceitos, seus medos e seu instinto de preservação baseado em conceitos primários. Uma elite que acha que pode convencer seus serviçais, a quem trata como escravos, a não votar na continuidade de um projeto político que lhes garantiu, pela primeira vez na vida, emprego formal, crédito, qualidade de vida, auto-estima e representação política real.

No auge do desespero, o autor do texto deixa transparecer seu caráter doentio ao se referir a Dilma como “perereca assassina e terrorista”. É essa gente que se coloca como alternativa a um governo popular que tirou o Brasil do buraco.

Vale a pena ler, portanto, esse tratado da demência de auto denominados “formadores de opinião”:

Como Ganhar Votos para o Serra

Meus amigos,

Tenho recebido da maioria de vocês, quase que diariamente, emails de indignação contra PT e Dilma.Ficar falando entre nós não leva a nada. E o que a gente precisa fazer é ir atrás dos indecisos, dos que possam até gostar do Lula mas não necessariamente da Dilma, quem sabe ainda dá pra virar essa eleição.

Mas eu pergunto – o que realmente estamos fazendo para que o José Serra ganhe esta eleição??? Por que não adianta nós, os denominados “formadores de opinião” ficarmos trocando emails de coisas que já sabemos. Assim, convoco a todos para um pacto que é:

CONVERSAR COM, NO MÍNIMO, DUAS PESSOAS POR DIA SOBRE A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL E CONVENCER ESTA PESSOA A VOTAR NO SERRA

Quem são as pessoas que temos que conversar e convencer:

· a sua assistente doméstica / sua diarista

· seus funcionários

· o guarda da escola das crianças, a tia da escola, a tia da cantina

· o porteiro da sua casa e do seu trabalho

· o manobrista do seu carro, para quem usa estacionamento

· o ascensorista do prédio do seu dentista, do seu advogado, do seu cliente

· o frentista do posto de gasolina

· a caixa do supermercado, da farmácia, do sacolão, …..

· a recepcionista da empresa do seu cliente

· a vendedora da loja de sapato, de roupa, ….

· o garçon do restaurante e do boteco

· o cabeleireiro, a manicure, a fisioterapeuta, a massagista,

· o atendente da sauna, da academia, da escola de natação, da escola de inglês das crianças, etc

Vejam que todos os dias, encontramos no mínimo 10 pessoas diferentes na nossa vida. Daqui até o dia 31 de outubro são somente 12 dias de trabalho, em prol da mudança de grupo político para governar nosso país.

Não queremos ver o PT mais 8 anos no governo se locupletando e explorando a boa fé dos incautos e/ou ignorantes.

Em vez de falar do tempo, vamos falar da eleição. Quando encontrar alguém no elevador, pergunte em quem ele vai votar. E se essa pessoa disser que vai votar no Serra, instigue ele a entrar nessa campanha.

Não envie apenas, emails falando do passado da Dilma, que o Lula não estudou, que o governo do PT sabia do mensalão, (isso nós já sabemos).

Vamos à luta!!!

Esse é o momento, FAÇA A SUA PARTE!!! Ninguém vai saber se você fez a sua parte, somente você e Deus.

A hora de trabalhar é agora !!

Esta é uma corrente… do BEM.

Funciona assim:

Se você passar este e-mail para pelo menos 10 outras pessoas e estas passarem para outras 10, e assim por diante, ao final de outubro um milagre irá acontecer e beneficiará você e sua família e a todas as famílias que repassaram esta corrente. Já, se você simplesmente ignorar esta corrente, não a repassando, ao final de outubro você será amaldiçoado com o pior de todos os pesadelos: aturar a perereca assassina e terrorista por quatro longos anos de sua vida!!!! Pense bem !!

Não se esqueça!

Foi a Internet que ganhou o plebiscito do desarmamento.

Portanto, podemos vencer essa eleição também, se nos concentrarmos em um candidato melhor que o Lula. Com ela: PODE FICAR MUITO PIOR.