sexta-feira, 30 de abril de 2010

Treinadores

Acho que técnico tem a capacidade mais de perder do que de ganhar o jogo. Indassim, dá certo alívio pensar que o argentino Bianchi e o português José Mourinho são figurinhas fora do álbum do Mundial.


Nota: Em ano de copa do mundo, o blog dedica-se mais ao futebol. Sórri.

Done

Longe de mim querer ser mal-agradecido, ora essa, ainda mais se pensarmos que hoje em dia nem bom-dia está saindo de graça. Pensando bem, por outro lado, essa história de pegar dinheiro emprestado sempre foi bom negócio para o credor: óbvio. Porém, quando não se tem muita alternativa frente ao jeito como se deseja levar a vida, não há muito para onde fugirmos.

Desde O... - peraí. Minto. Muito, muito antes de O Mercador de Veneza que os empréstimos vêm fazendo a gente literalmente sofrer na carne, e, agora, sofrer no carnê. Dos bancos.

Pra liberar o financiamento de 25 anos com juros mais baixos - um por cento -, exigem que se adquira um produto do banco no valor também de um por cento do total do financiamento. Fora que o obrigam a se tornar correntista, com tarifas mensais de manutenção de conta e cartão de crédito com anuidade (que dispensaria: já tenho um com anuidade grátis ad eternum enquantum continuum durum).

Além de um título de capitalização (com resgate do total em dois anos, mas reajustado 1% - ao ano!) , tive a grata felicidade de comprar uma apólice de seguro residencial. Comprar não é o termo apropriado, eu sei. O termo certo é se sentir um ganso engolindo gororoba à força pra depois te abrirem o bucho e fazer foie gras.

O caso é que a gerente, um tanto assim impaciente com minhas perguntas e minha demora em querer saber, só me apresentou as cláusulas do contrato depois que assinei. Fui burro, burro. Deveria ter pedido pra ler antes, como todo mundo sabe.

É embasbacante. Depois de ler as cláusulas, desafio qualquer vivente a encontrar alguma coisa - qualquer coisa mesmo, objeto, bem, o que você quiser e puder imaginar - que esteja assegurada na hipótese de alguém me furtar/assaltar. Ei, o que você pensou aí? Não, seguro não cobre. Vai, vai tentando.

O contrato de seguro residencial (creio que todos devem ser assim) é, na verdade, não um compreensível arrazoado de regras, mas um extenso compêndio de exceções. Sem dúvida, colocadas ali para abrir todas as brechas possíveis e imagináveis para fazer com que o seguro não lhe pague em caso de sinistro. As famigeradas letrinhas podem ser tradicionalmente miúdas no tamanho, mas inversamente proporcionais na canalhice.

O que me traz a triste lembrança: no seguro contra assalto já rola o assalto. Legal e institucionalizado, mas assalto.

Deveria existir um seguro contra os seguros.

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Ainda assim, está feito. It´s done. Apesar dos pesares, estamos felizes e na expectativa da mudança. Lula e Dilma, podem me pôr aí na lista. Meu nome é Estatística da Silva, um a mais a dar testemunho de como nunca se fez tanto financiamento imobiliário na história desse país.

E de que gente como nós, zé povim, é roubado de todas as maneiras. Como sempre.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A rodada

Bela partida, esse Galo x Santos.

Quarta, esperamos ainda mais. O Galo não tem time - nem a atitude mental necessária - pra segurar o ímpeto do Santos na Vila. Então, que tenhamos bom futebol como ontem.

PS. Esse Renan Oliveira tá bom de jogar é no Cruzeiro.

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Todos os méritos para a Inter de Milão. Mostrou humildade e sangue no olho.

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Coitado do Ronaldo. Após o jogo, deve ter tido uma noite amarga. Imagino se em algum instante ponderou sobre as escolhas temerárias que vem fazendo há pelo menos uns 8 anos.

Faz tempo que precisa de um novo regime. Um regime de idéias.

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O ex-árbitro Márcio Rezende de Freitas é um sujeito formidável. A única coisa que falta a ele é ter tomado uns bons cascudos quando era garoto. Uma formação com menos limonada e biscoitos da avó e mais disputa de cuspe à distância teria feito um bem danado.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Preparativos

Começam os preparativos da mudança para o novo apartamento. Como naquela canção do Fagner e do Baleiro, "mais uma vez o dia chega em minha vida".

Apreensão, expectativa, grana apertada. Esperança.

E alegria por estar junto a quem a gente gosta.


terça-feira, 27 de abril de 2010

Malévolos personagens para futuras tirinhas

Veneráveis senhoras, distintos cavalheiros. Sejam bem-vindos ao nosso pequeno grupo.

Tosta-Têmpora e Testa-Têmpera. Os lerdos leais lacaios do temível Conde Crápula.
O corruptor Lobby Zomem, nosso agente em Brasília. E o elegante Franks Tie, que dá nó em pescoços alheios com lindas gravatas italianas.

Serão apresentados aos demais em seu devido tempo. Agora, por gentileza, peço-lhes que tomem seus lugares.

Após a ceia, discutiremos nosso plano apropriadamente.

Bon appétit!



segunda-feira, 26 de abril de 2010

Highlanders

O primeiro fio de prata todo saliente em minha franja me fez pensar no Richard Gere, vi um filme com ele outro dia.

O que esse homem toma? Faz 20 anos que está com a mesma cara.

E seu equivalente nacional, o Evandro Mesquita?

Pô, esses bichos envelhecem não?

A rodada vindoura

Quem sabe uma vacina de gripe suína amanhã não me coloque de cama na quarta-feira? Porque vem aí uma super-rodada (como se escreve isso agora?) no planeta bola.

Visto que acontecerá em horário de trabalho, o blog lamenta não poder acompanhar, primeiro, a Barcelona x Inter - vulgarmente conhecida como "A Pelada Preliminar" de Galo x Santos. E, ainda, Fla x Corinthians, o tão adiado embate entre Ronalducho e a torcida rubro-negra, no Maraca, será provavelmente no mesmo horário, à noite.

E quem ainda não pegou uma transmissão de futebol em sinal digital não sabe o que está perdendo. Eita!

Onde será o posto de vacinação mais próximo?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Reação

Olho por olho e o mundo acabará cego.
Ghandi

Desde que o é mundo, sempre deve ter sido assim. Não creio que nossa época tenha algo de especial e diferente de todas as outras, exceto talvez pela circunstância de estarmos, até onde se sabe, num estágio de intercomunicação - de aldeia global - sem precedentes.

Ainda assim, ou exatamente por isso, é de mesmerizar o que os veículos da mídia vêm noticiando em tempos recentes, em intervalos cada vez menores. A freqüência de crimes chocantes parece ser cada vez maior, numa escalada de horror que minha breve idade e uma memória escassa não encontram paralelo. Mais do que isso: o horror está se aproximando, cada vez mais.

A sensação de medo é real. E, por causa do medo, o coração endurece. Em busca de segurança, o cidadão que ainda busca se manter a salvo, ou sobreviver sem muitos arranhões, facilmente é tentado a se proteger no escudo da intolerância e até mesmo da crueldade, se necessário for. Prevenir que remediar. E quando a reação é de intensidade igual ou maior à ação, o círculo vicioso está formado.

Tudo isso me veio à mente com as últimas manchetes. Aqui mesmo na cidade: não bastasse semana passada essa história da quadrilha de extorsão e de sujeitos decepados, hoje é a menina de 11 anos forçada por dois encapuzados a manter relações sexuais com um cachorro.

Não consigo, como há anos, ser contrário à pena de morte com a mesma solidez, a mesma convicção. Nem sei mais se consigo ser contrário à pena de morte, ainda que (talvez seja ingenuidade) rejeite a Lei de Talião porque acho que intolerância não pode ser a moeda de troca da sociedade se a gente ainda aspira nessa vida a um pouco de sossego e tranquilidade.

É um dilema. Ficar parado não resolve. Como reagir, então?

Como se proteger dos monstros? Como obliterá-los sem também se tornar um?

Eu não sei. Realmente não sei.



Hoje é sexta-feira

Enxaqueca persistente com esse tempo seco, motoristas ricos folgados, posto que cobra 25 reais para uma geral no carro, lanchonete lotada de gente e os pães de queijo - a única opção do cardápio que o catado de moedinhas do meu bolso consegue alcançar - todos extintos.

A reunião de trabalho importante começa daqui a instantes.

Espero que o dia termine melhor.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A massa cheirosa

Pra mim, assumir que fulano é de esquerda ou de direita hoje parece anacrônico ou fantasioso. O que talvez possa existir é uma diferença de ênfase nos programas, como privatizar uma estatalzinha aqui, subvencionar um programa assistencialzinho acolá. Um jeito diferente de encarar as prioridades, de distinguir a realidade do país.

Tá bravo de opção este ano.

Não gosto da Dilma.

No Serra, não voto.

Ciro?

Vamos ver o que que D. Marina faz.

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Ainda bem que a cada semana fica mais clara a inclinação política da Veja. A última edição com a capa do Serra é enternecedora.

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A Míriam Leitão sempre foi minha musa invencível, sempre esteve no altar mais alto e venerável da minha mais sincera antipatia. Mas, agora, com D. Eliane Cantanhêde (leiturinha irritante desde os tempos em que aparecia uma Folha no meu colo), Leitão tem uma séria postulante ao trono.

Ah, se Laurinha Medioli, a nossa ravissante Dora Avante, fosse conhecida nacionalmente. Se fermentasse junto às outras duas, a massa iria crescer e dar mais cheiro. Mas esse bolo é de confeitaria de shopping, não da padaria da classe média.

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Atualização:

Faltou comentar o vídeo. Apesar das chatices e parcialidade da edição, é interessante notar o que certas falas escondem ou evidenciam. Tais quais:

-"... um encontro diferente do PSDB em todos os sentidos. Muita gente, muita bagunça, muita confusão. Parece até que o PSDB está virando um partido popular, um partido de massa!"

Mas, xente, nem tanto assim, nééé? Porque...

- "Os ônibus que trouxeram a militância são novinhos em folha."

Informação relevante, imprescindível.

A defesa apaixonada no final pela candidatura de Aécio como vice é um pouco de se estranhar, até porque Aécio não disse nada de mais, nada de conclusivo ou categórico. Pareceu que a jornalista estava tentando fabricar uma notícia onde nada existia, pra mostrar aos correligionários que o tal encontro foi bombástico, um sucesso.

Forçou.

Vejam isso


segunda-feira, 19 de abril de 2010

A rodada

"O que os Meninos da Vila praticam não é o futebol conhecido pelas novas gerações. É ludopédio. (...) O som e forma são insuportáveis, mas, seu significado etimológico, uma beleza: ludo (brinquedo, jogo, divertimento) e pédio ou pédico vem de pé. Traduzindo: brinquedo, divertimento, jogo, com os pés. A nossa mais perfeita tradição, parodiando o verso de Caetano em Sampa."

"Que sirva de lição para todos os pragmáticos – eufemismo para medrosos – deste país, incluindo o treinador-mor da Seleção: esse é o futebol brasileiro que queremos, a soma exata de arte e eficiência."

Alberto Helena Jr., Bola Virtual


"A bola que os meninos estão jogando é mais do que redonda. É alegre, mágica... Nos faz feliz."
Fernando Gavini, da Espn


Pronto. Simples assim.

* * *

Que chance, hein, Dunga, você teria nas mãos de se consagrar, até mesmo em uma derrota. Mas, não. Você não vai convocar os meninos. E, se convocar, não jogarão.

Aliás, já viram como o Time do Santos desperta gargalhadas em uns e carrancas noutros?

Vamos nos render ao prazer, minha gente.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Uma frase para o final de semana e além

Essa pérola de sabedoria, que convenientemente vou guardar para os mais belos e apropriados momentos, vi saindo do Helio de La Peña:

Opinião é igual bunda.

Por isso que não dou a minha.


Vão

Eu não desejo construir minha vida daqui em diante em cima de um vazio.

Ao mesmo tempo em que compreendo que a gravidez nos tirou da inércia, conferindo a presteza necessária à aquisição de um novo lar, receio - me recuso a crer, na verdade - que a recuperação do sentido das coisas só será preenchido com uma nova, e talvez apressada, tentativa de concepção.

Não, não deve ser assim. Embora o tempo seja um fator crucial em nossas expectativas, acho que o ideal agora é fazer as coisas com um pouco mais de planejamento. Esperar a cura, debelar os medos.

Deixem, por um momento, que meu foco vague como uma luneta bêbada em meio a assuntos menores: futebol, Copa do Mundo, mobiliário.

Às vezes, a escuridão que eu presenciei na tela do ultrassom me atravessa.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Disposição

Hoje, estou me sentindo mais útil do que um DVD do Richard Clayderman.

A rodada

E o meu Santos - meu, seu, nosso Santos de todos que gostam de futebol - foi lá jogar a Copa do Brasil. 8 a 1 pra dentro do Guarani. Assim, com a dificuldade de quem toma um mingau.

Observação: Neymar sem Ganso é como arroz sem feijão, vice-versa meu endereço.

E o meu Galo também foi à Copa do Brasil. Cravou 1 a 0 no Sport. Assim, com a facilidade de quem mastiga um fêmur.




segunda-feira, 12 de abril de 2010

Vontadi pegá Meguinha no colo.

Pois tu'tem hora, inclusive a de esperar a chuva passar.

Quem tem paciência vê pedra florir.

Constatação

Pedi licença à gataça e às gatinhas para ver o Santos jogar neste domingo.

Logo depois, Doc comenta:

- De todos os namorados que tive, você é o único que gosta mesmo de futebol.

- Obrigado.

- Não foi elogio.

- Eu sei.

:)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

ausente, desinteressado e não-envolvido

Hoje tomei uma puxada de orelha dos parceiros de frila e paralelismos.

Merecida.

Afinal, excetuando os períodos de folga e viagens dos últimos 4 meses, em meu tempo livre eu só tenho foco para pesquisar imóvel, vender imóvel, comprar imóvel, arrumar grana emprestada num financiamento, pagar impostos, conseguir despachante, pesquisar móveis, vender móveis, comprar móveis, ser pai e tudo o que isso implica, deixar de ser pai e tudo o que isso implica, desfazer-me de muitas coisas, embalar objetos pessoais, contratar transportadora para duas mudanças, pesquisar mão-de-obra confiável para fazer uma reforminha, pintar e sintecar a casa nova e, finalmente, quando não estou no trabalho de 7 às 7, tentar dar alguma assistência às pessoas que gostam de mim.

Depois dessa, acho que preciso tomar uma cervejinha.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Trama

Caminhando na manhã de hoje apontou uma súbita saudade, uma necessidade do Braga. Além de uma maneira de conhecer alguém, ler é um jeito de rever as pessoas queridas há muito distantes. Cuidei que merecia um reencontro.

E, como coincidência e sincronia são fios que tramam a misteriosa teia da vida, na primeira busca me abraçou com esta crônica:

O Desaparecido

Rubem Braga



Tarde fria, e então eu me sinto um daqueles velhos poetas de antigamente que sentiam frio na alma quando a tarde estava fria, e então eu sinto uma saudade muito grande, uma saudade de noivo, e penso em ti devagar, bem devagar, com um bem-querer tão certo e limpo, tão fundo e bom que parece que estou te embalando dentro de mim.

Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo e talvez alguém pensar que na verdade estou aproveitando uma crônica muito antiga num dia sem assunto, uma crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, apenas um menino, com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico. Olho-me no espelho e percebo que estou envelhecendo rápida e definitivamente; com esses cabelos brancos parece que não vou morrer, apenas minha imagem vai-se apagando, vou ficando menos nítido, estou parecendo um desses clichês sempre feitos com fotografias antigas que os jornais publicam de um desaparecido que a família procura em vão.

Sim, eu sou um desaparecido cuja esmaecida, inútil foto se publica num canto de uma página interior de jornal, eu sou o irreconhecível, irrecuperável desaparecido que não aparecerá mais nunca, mas só tu sabes que em alguma distante esquina de uma não lembrada cidade estará de pé um homem perplexo, pensando em ti, pensando teimosamente, docemente em ti, meu amor.


"Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto

Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto

Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa"

Lindo, lindo.


terça-feira, 6 de abril de 2010

Óbvio 2

Eu tava borocoxô, mas futebol ainda é uma paixão.

Logo depois de ter batido o post, leio o Helena falando com muito mais propriedade.

O óbvio ululante

Neste exato instante, era preciso que Nelson Rodrigues estivesse banhado pela luminosidade do ecrã de um lepitópi qualquer, ciscando teclas furiosamente para dizer em transe mediúnico o que sempre repetiu a vida inteira.

E o óbvio, atual e irrevogável, a partir de agora só pode ser invisível para os incréus. Pior, porque não é apenas uma obviedade que não enxergam. São duas.

Primeiro: Messi. O iluminado. O Messias prometido. O Filho de D1oS, como chamam Maradona lá naquela terra de gentios.

O segundo, muito mais importante: está rolando uma re-revolução. Uma volta ao futebol às antigas, de bola pra frente. Dá pra sentir no ar, na mídia, nos botecos.

Bom, eu sou otimista. Esse resgate do bom futebol (me recuso a chamar de "futebol-arte", isso é frescura que só leva a dicotomizações inúteis), protagonizado por times como o Barcelona, Real Madrid, Arsenal, Manchester, Chelsea, Liverpool, Bayern, Santos e - ok, vá lá, preparado para as pedradas - Cruzeiro, esse resgate é uma esperança de gerar, quem sabe, uma onda influência positiva, reverberando no resto do mundo como uma pedrinha atirada no lago.

Vejam as entrevistas de antes e depois do jogo deste último Barça x Arsenal, pela Liga dos Campeões. Está lá, na declaração dos jogadores, dos técnicos. O reconhecimento, sem manha e falsidade, pelo futebol praticado pelo adversário. A admiração mútua em cada fala.

Olhem o Arsene Wenger. Perdeu Fábregas e outros tantos. Foi ao Camp Nou com a esquipe esfacelada. Mudou o estilo de jogo? Recheou a equipe de brucutus? Sacrificou sua filosofia de jogar bonito pela vitória a qualquer custo? Não. Mesmo antes da partida, Wenger disse que o importante era oferecer ao mundo um espetáculo de futebol.

Ingleses e espanhóis já descobriram - redescobriram, aliás - que essa é a essência do jogo. É isso que constrói uma marca, uma cultura, uma fortuna. E é esta distinção que vai torná-los não apenas conhecidos, mas, principalmente, admirados em todo o planeta.

Tomara que a Copa de 2010 não seja uma involução. Que vença a seleção que estiver jogando o fino e que souber decidir na hora fatal. Não precisamos de um novo Sarriá.

Tortura

Desligar-se de uma operadora telefônica no Brasil é a nova forma de tortura. A tortura do século XXI. Ou pode conduzir o ser humano à demência ou o transforma num psicopata. Em ambos os casos, reduz o cidadão a frangalhos.

Eu - apesar de estreado em Teófilo Otoni e criado no Velho Leste - sou manso e cordato. Mas o que a gente passa nas mãos do atendimento das operadoras é capaz de levar qualquer Clint Eastwood às lágrimas. De desespero ou fúria.

Dado momento, minha vontade era ser Michael Douglas e invadir a loja da Oi na Savassi metralhando com uma UZI o primeiro infeliz que perguntasse mais uma vez o número do DDD e do meu CPF.

Sério.

/ / /

Fora isso, sinto-me numa espécie de ressaca oral, moral, mental,espiritual, coisa e tal.

Vontade de falar pouco sem dizer nada ou, dizendo nada, falar pouco.

Quietar-me. Silêncio, às vezes, é conforto.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Odeio a Oi

Quem ama bloqueia não o celular, mas o desligamento do cliente.

P*TA QUE PARIU!

Ressaca pascoal

Grunf. Hrrum. Brrurr.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Iago wannabe

Às vezes, me surpreendo com certas admirações erradas.

Embora isso seja comum demais na vida. Aconteceu diversas vezes na trajetória de cada um e ainda acontecerá a todo instante: escolher certo, escolher errado. Amar certo, amar errado.

E admirar certo, e admirar errado.

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Ora, imaginem o seguinte. Você é casada. Ou tem namorado ou, no mínimo: você é comprometida.

Fato público: todos, rigorosamente todos, sabem que você é comprometida faz tempos.

E, com sorte, você até é feliz.

Certo dia, então, uma mulher - conhecida virtual de longa data do seu homem, que ele jura nunca ter visto pessoalmente e nem tem intimidade, mas por quem sempre nutriu grande admiração intelectual - manda para seu companheiro uma mensagem, na qual relembra os momentos que passaram juntos naquela noite inesquecível, naquele lugar afrodisíaco.

Você vê o recado e se aturde. Evidentemente, pergunta a seu companheiro o que aquilo significa.

Ele responde, indignado: - "Nunca me encontrei com essa mulher! Nunca nem vi! "

Aí se chega ao dilema, agora inevitável: um dos dois está mentindo.

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Bueno. Fosse eu nesse dilema, preferiria acreditar na palavra da minha parceira - mesmo correndo todos os riscos de me enganar depois. E acreditar que uma mensagem como aquela, seja lá qual tenha sido seu propósito inicial, nem pode ser considerada uma brincadeirinha de gosto duvidoso, mas sim uma grande babaquice; senão leviandade, uma consciente tentativa de plantar uma sementinha de cizânia venenosa, essa erva daninha nutrida pela dúvida no coração tranquilo dos que amam.

Ponto final. Ressalvando que a única coisa que poderia ser lamentável: ver a tal admiração permanecer incólume, intacta, blindada, à prova de quaisquer provas; sempre garantida por conta de uma perigosa predisposição à indulgência.

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Mais que enxergar com clareza, é preciso desmistificar certas admirações. Longe de mim querer ser um caga-regras, mas é preciso mesmo cuidado com certas admirações.

Penso como pode ser pessoalmente difícil. Se num debate alguém começasse a apontar todos os defeitos do Nelson (Rodrigues), imagino a reação: logo meu espírito procuraria suas qualidades como - para usar uma imagem bem "A vida como ela é" - uma adúltera arrependida se agarra às calças do marido.

Pode ser difícil, mas é preciso maturidade para tentar.

É como sempre digo quando calha de um cliente elogiar meu trabalho: Não dá pra errar sempre. Uma hora a gente tem que acertar.

Meu sobrinho

Esse blog tá mais parecendo os diários das motherns. Mas eu tinha prometido à Ju publicar foto do João Pedro, o Jotapê.


O bicho tem os olhos da mãe. Sorte dele.



E a gracista da minha irmã, pra me gozar, disse que tem os pés do tio Rubens.



Ora. Sorte dele também. Vai ser craque.